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50 mil escuteiros peregrinam a Fátima
09.10.2016
O Papa Francisco fez questão de estar presente na peregrinação nacional que o Corpo Nacional de Escutas (CNE) promoveu este fim-de-semana a Fátima, que juntou cerca de 50 mil escuteiros, aos que se juntaram pais e amigos, provenientes de mais de 500 agrupamentos de todo o país, ilhas incluídas. O Santo Padre enviou uma mensagem na qual pedia a todos os escuteiros que, «com fé e audácia, percorram sempre o caminho da santificação, seguindo os ensinamentos do Evangelho, e deem testemunho contínuo de vida cristã produzindo abundantes frutos de generoso serviço ao próximo, de paz e bem».



A missa de encerramento, onde estiveram cerca de 100 mil pessoas, segundo informações do Santuário de Fátima, foi presidida por D. Joaquim Mendes, membro da Comissão Episcopal do Laicado e Família e bispo auxiliar de Lisboa, que exortou os agrupamentos a serem «oásis de misericórdia» nas suas comunidades. «Peçamos ao Senhor que os Agrupamentos do CNE sejam espaços de acolhimento, abertos a todos, onde acontece o encontro, a integração, a experiência de fraternidade. Que os Agrupamentos do CNE sejam espaços onde as crianças, adolescentes, jovens e adultos possam encontrar um “oásis de misericórdia”», disse o prelado na homília.

D. Joaquim Mendes não deixou de referir a necessidade da «dimensão comunitária» para os escuteiros, local onde este «encontra a sua mais perfeita realização na Igreja, não de forma abstrata, mas na comunhão com as paróquias e comunidades religiosas». Recordando as palavras do Papa Francisco aos escuteiros italianos, que pedia que os agrupamentos se integrassem na pastoral local e não perdessem o contacto com a paróquia, D. Joaquim Mendes utilizou-as em jeito de aviso e apelo aos escuteiros portugueses. «Trata-se de concretizar o “somos um”, o lema que vos guiou até aqui, de experimentar a beleza da comunhão e da unidade, que é a própria identidade de Igreja, do nosso ser povo em caminho», afirmou.

O bispo auxiliar de Lisboa agradeceu a disponibilidade dos dirigentes do CNE e o «apoio que o CNE oferece à missão das famílias na educação das suas crianças, adolescentes e jovens, que acreditam na generosidade e sabedoria do método escutista, baseado nos grandes valores humanos, no contacto com a natureza, na religião e na fé em Deus; um método que educa para a liberdade na responsabilidade». Para além disso, deixou também uma palavra dirigida aos muitos pais de escuteiros presentes no santuário para «agradecer a confiança das famílias no CNE que é também a confiança da Igreja, que é o habitat natural do CNE, a sua casa».

A concluir, D. Joaquim Mendes pediu que o CNE prossiga «com renovada esperança o seu caminho, nos “trilhos da misericórdia”». «Caminhar pelos “trilhos da misericórdia” é assumir a misericórdia como estilo de vida, sonhar que podemos mudar as coisas, que podemos contribuir para tornar este mundo um pouco melhor do que o encontramos», disse.
 
Mensagem de Fátima tem «muito a ver com a Misericórdia»
A peregrinação teve início ontem, sábado, com todos os escuteiros a caminharem até Fátima, provenientes de vários pontos de acesso a Fátima, caminhos previamente definidos pela região de Leiria do CNE, que identificou acessos seguros a Fátima para peregrinos a pé, que não passam pelas estradas principais.

Chegados a Fátima, os escuteiros eram chamados à oração na Capelinha das Aparições, um momento especial para todos, dos mais novos aos mais velhos, que foi cumprido com o silêncio que é habitual na Capelinha.
 
De tarde, os escuteiros viveram várias dinâmicas sobre o centenário das aparições e o Ano da Misericórdia, e tiveram a oportunidade de conhecer algumas das congregações religiosas que têm casa em Fátima e abriram as portas para os receber.
À noite, a procissão das velas foi o ponto alto, com os milhares de escuteiros presentes a encherem o recinto para a oração do terço e a procissão com o andor de Nossa Senhora.

Norberto Correia, chefe nacional do CNE, faz uma avaliação muito positiva do evento. «Foi uma festa do encontro de escuteiros, festa do abraço que demos uns aos outros e de tomarmos consciência da força que somos quando nos unimos e somos um. Faço uma avaliação muito positiva, pois conseguimos incutir no coração de cada escuteiro o valor de uma peregrinação, que é a caminhada por excelência. Os escuteiros saem daqui mais ricos e com melhores diretrizes para a sua vida», disse o chefe nacional em declarações à Família Cristã no final da peregrinação.
 
Norberto Correia, chefe nacional do CNEO chefe nacional do CNE refere que as expetativas foram ultrapassadas, com mais de 50 mil escuteiros presentes na missa de hoje. «As expetativas eram de 50% do efetivo, e se juntarmos pais e amigos, o número foi ainda muito superior», sustenta. Na homília, D. Joaquim Mendes tinha referido o apelo do Papa a que os agrupamentos se integrassem na vida paroquial, mas Norberto Correia adianta que essa realidade já sucede no CNE. «É um apelo que já teve resposta, assistimos a muitas pessoas das paróquias que vieram acompanhar os seus escuteiros. É sinal que os agrupamentos estão a desempenhar corretamente a sua missão na comunidade onde se inserem e estão a corresponder à vontade do Papa Francisco. Vieram amigos, familiares e vizinhos e isso é sinal claro da influência que o escutismo tem na sua paróquia», referiu.
 
A coincidência de poder antecipar o centenário das aparições e o Ano da Misericórdia no mesmo evento não foi inocente. «Estarmos a celebrar por antecipação serve para prepararmos a celebração do centenário, e ao mesmo tempo permite celebrar o Jubileu da Misericórdia. São duas efemérides que se complementam. A Mensagem de Fátima tem muito a ver com a misericórdia que devemos absorver nas nossas vidas e praticar uns com os outros», afirmou.



 
Texto e fotos: Ricardo Perna
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