O casal Luís e Helena Pais, do Departamento Nacional da Pastoral Familiar (DNPF), consideram que as famílias podem ajudar mais famílias se se abrirem à sinodalidade. «Se somos feitos à imagem de Deus, somos feitos à imagem do Amor, e o Amor não caminha sozinho, mas sim de mãos dadas», considera Helena Pais, que acrescenta que «temos de deixar de viver para dentro da própria família, porque ela pode ser aglutinadora de outras famílias».
O casal está a participar como delegado no X Encontro Mundial das Famílias, que decorre no Vaticano de 22 a 26 de junho, num evento que juntará famílias de todo o mundo que se irão reunir nas suas dioceses durante estes dias, em comunhão com o evento do Vaticano.
Luís Pais considerou o discurso de ontem do Papa, no Festival das Famílias, «impactante». «Mostrou o que é uma igreja em saída, ao dizer que não há famílias perfeitas, e os testemunhos que nos foram apresentados tocaram todas essas realidades de uma forma muito comovente, e acabaram por ser testemunhos amplificadores de tantas histórias que acontecem na vida de todos nós e do mundo», defendeu.
Helena Pais fala de uma «transformação» que precisa de acontecer, também considerando o caminho sinodal que está a ser feito na Igreja. É preciso, segundo esta responsável do DNPF, «não ter medo, não ter receio que aquele Jesus que aquela família me traz é para mim cura, é sair de mim mesmo e fazer este caminho sinodal com todos aqueles que fazem parte da comunidade onde estou inserida».
Para Luís Pais, a transformação passa pelo desafio do Papa de ver a Igreja ser o bom samaritano para com as famílias. «A ligação que ele fez com a parábola do bom samaritano foi muito feliz, de querer que a Igreja seja para as famílias como o bom samaritano foi. Faz todo o sentido que vejamos na Igreja esse bom samaritano, que nos possamos abeirar dela com as nossas dificuldades, e, com a sua ajuda, darmos um passo em frente, por mais pequeno que seja», diz, admitindo que isso pede uma mudança no modo de fazer as coisas.
Helena Pais sustenta que é uma transformação que pode, efetivamente, contribuir para a mudança. «Se eu me deixar transformar neste amor, eu, tu, o outro, acho que as coisas irão realmente mudar. E o caminho sinodal faz-se, primeiro na família, onde temos uma panóplia de tantas coisas bonitas», defende, acrescentando que, «se formos bons samaritanos neste pequeno espelho da Igreja que é a família, seremos espelho para a Igreja que temos. Esta mudança trará a sinodalidade que queremos», considera.
A reportagem em Roma no âmbito do X Encontro Mundial das Famílias resulta de uma parceria entre a Família Cristã, a Agência Ecclesia, o Diário do Minho e a Associação de Imprensa de Inspiração Cristã.
Texto e fotos: Ricardo Perna
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