A diocese de Viseu foi das últimas a indicar medidas restritivas para evitar a propagação do Covid-19, mas a mais severa até ao momento. D. António Luciano da Costa, que foi enfermeiro durante alguns anos, emitiu uma nota pastoral na qual cancela todas as missas na diocese, «dominicais e feriais», entre 16 e 31 de março, assim como «todas as atividades da catequese até à Páscoa».

O cancelamento das eucaristias não significa, contudo, uma menor atenção ao domingo. O prelado apela «a que os pais, primeiros e insubstituíveis educadores na fé, continuem a acompanhar os seus filhos na caminhada catequética e que, nas famílias – Igrejas Domésticas – se viva o Domingo como momento de celebração e oração em ambiente familiar, fomentando a comunhão espiritual». Neste sentido, D. António da Costa informa que «se disponibilizarão subsídios no site da Diocese», em www.diocesedeviseu.pt.
Para além disto, D. António Luciano da Costa indica que casamentos e batizados neste tempo só se poderão realizar com «uma celebração digna e breve, com a família», assim como as exéquias, que apenas devem ser celebradas com a família, « não havendo o rito do levantamento do féretro e, no acompanhamento ao cemitério, omita-se o cortejo fúnebre».
No que diz respeito às «celebrações habituais do sacramento da Reconciliação», o bispo de Viseu pede que «fiquem adiadas para tempo oportuno», não excluindo a possibilidade de poderem ser realizadas em «situações de emergência e de pedido pessoal».
Estão também suspensas as visitas a doentes, exceto quando solicitado o sacramento da Unção dos Doentes, uma «prática da caridade cristã», assim como estão suspensas todas as manifestações públicas de piedade popular, e adiadas iniciativas diocesanas.
O prelado termina citando Ermes Ronchi, teólogo italiano. «Nestes nossos dias ‘sem‘ (sem celebrações, sem liturgias, sem encontros), sentimos atual a pergunta da samaritana: onde iremos para adorar Deus? Ao monte ou ao templo? A resposta é direta como um raio de luz: não sobre o monte, não num templo, mas dentro. Em espírito e verdade», conclui.
A última contagem do número de vítimas contabiliza 78 doentes infetados em Portugal, com 637 casos suspeitos à espera de resultados laboratoriais.
Texto e foto: Ricardo Perna
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