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Bispos moçambicanos clamam: «Basta de guerra!»
20.05.2016
Os bispos moçambicanos divulgaram uma nota pastoral, assinada pelo seu presidente, D. Francisco Chimoio, na qual pedem a paz para o seu país, rejeitando as acusações de quem, «irresponsavelmente», os tenta ligar a algum partido. «Não estamos nem a favor da Frelimo, nem da Renamo, nem de outro partido, mas a favor do povo, sobretudo dos pobres, que são os que mais sofrem com essa guerra absurda», referem os bispos da Conferência Episcopal de Moçambique (CEM) na sua nota.
Os prelados reiteram a sua «disponibilidade» para apoiar na procura do «caminho da paz» em conjunto com as forças políticas.

D. Francisco Chimoio assina o comunicado, em nome de todos os bispos moçambicanos.
 
Os bispos da CEM acreditam muito no poder do diálogo, e pedem que se «calem as armas». «O País está semiparalisado: não há investimentos, os países apoiantes retiram o apoio, o turismo está a enfraquecer cada dia mais, as pessoas não podem viajar em segurança, 36 mil crianças e jovens estão sem estudar, mais de 11 mil moçambicanos estão refugiados no vizinho Malawi, a economia dá mostras de colapso … Onde queremos chegar?», questionam.
 
Andrea Riccardi, fundador da Comunidade de Sant’Egídio, que mediou os acordos de paz em 1992, também se afirma «preocupado» com a situação. Em Lisboa para uma conferência sobre o Papa Francisco, este responsável disse à Agência Ecclesia considera, no entanto, que, «se se encontrou solução para a guerra civil, vai ser encontrada solução para esta tensão». Solução que poderá passar pela concretização desses Acordos de Roma, segundo os bispos. «Em nome de Deus pedimos: trabalhemos todos pela paz, a começar pelas autoridades do Governo e dos partidos políticos», dizem os bispos.
 
Neste sentido, o comunicado dos bispos convoca uma oração pela paz para o próximo dia 22 de maio, domingo, em todo o país, informando ainda que toda a coleta das missas será direcionada para a Cáritas moçambicana, que está a acompanhar as necessidades dos moçambicanos que estão nos campos de refugiados de Kapise, no Malawi.


 
A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre associou-se ao pedido dos bispos moçambicanos e promove uma jornada de oração pela paz em Lisboa, na igreja de S. Tomás de Aquino, pelas 18h45, e convida todos os cristãos a «rezarem pela paz em Moçambique» nesse dia, «independentemente de onde estiverem».


 
Texto: Ricardo Perna
Fotos: Ricardo Perna e Fundação AIS
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