Precisa de ajuda?
Faça aqui a sua pesquisa
Bispos portugueses afirmam que «Igreja confia nos jovens»
20.10.2018
No final dos trabalhos desta manhã, após a apresentação dos relatórios dos Círculos Menores, os bispos portugueses que estão a participar no Sínodo, D. Joaquim Mendes e D. António Augusto de Azevedo, comentaram para a Família Cristã o resultado dos relatórios e aquilo que tem sido a sua visão sobre os trabalhos que decorrem há cerca de três semanas.

D. Joaquim Mendes (à esquerda) e D. António Augusto de Azevedo (à direita) 
Os prelados reforçaram a ideia de que «a Igreja deu aqui, dentro do Sínodo, um grande sinal de confiança nos jovens». «A Igreja confia nos jovens, em cada um, organizado em grupos e movimentos, que vão ser capazes de abrir caminhos de futuro», afirmou D. António Augusto de Azevedo, bispo auxiliar do Porto.
 
O prelado português referiu que este tinha sido um «passo decisivo», que implicará «fazer escolhas e perceber que escolhas estão hoje diante da Igreja e dos jovens». Uma das escolhas será, segundo o prelado, a ideia de que têm de ser os jovens, em alguns meios, «a presença da Igreja».
 
Mas para que isto aconteça, o bispo auxiliar do Porto admite que «há aqui naturalmente um grande desafio de conversão pastoral e missionária que diz respeito aos pastores». «Há aqui muita coisa a renovar: uma renovação das comunidades, de muitos grupos e posturas. Muitas vezes, os jovens ficam fora dos lugares de decisão, e é importante que estejam lá com a consciência de cristãos, levados a sentir esse compromisso de serem sinais de Deus, presença da Igreja no meio do ambiente digital, das redes sociais, em que é muito importante serem sinal da verdade, da justiça», referiu.
 
Esta mudança de mentalidade é também reforçada por D. Joaquim Mendes. «Penso que o desafio maior é uma mudança de mentalidade, em relação à realidade juvenil. Naturalmente, isso leva a uma mudança também de coração, a uma mudança de atitude e depois também a adquirir o diálogo com esta realidade, com o mundo juvenil, a assumir o diálogo como método, como processo, de modo a buscarmos juntos os caminhos».

 
Um caminho que está a ser indicado pelo Sínodo, com a compreensão de que há realidades particulares. «O Sínodo não traz propriamente receitas, traz, digamos assim, um olhar, um despertar, como é que nós os vemos. Depois, cabe a cada Igreja particular, e nela as instâncias que se dedicam à Pastoral Juvenil, as próprias comunidades cristãs, olhar e ver que espaços damos aos jovens», referiu o bispo auxiliar de Lisboa.
 
D. António Augusto, por seu lado, admite a necessidade já referida no relatório dos Círculos Menores de reformular a imagem de pastoral vocacional. O bispo quer que os jovens entendam a vocação «não num sentido redutor ou redutivo, mas num sentido alargado, onde a Igreja ajuda cada um a fazer o seu caminho de fé, descoberta de si mesmo, e com isso ajudar a descobrir a sua vocação, o seu lugar na Igreja e no mundo, construindo um caminho pessoal que o liga aos outros e o liga a Deus».
 
Um resultado que pode vai introduzir uma «cultura de vocação». «Essa cultura de vocação, que certamente significará a valorização de cada resposta, a da vocação consagrada ou sacerdotal, mas também a matrimonial e qualquer outra forma de vocação, seja ela qual for».
Com esta vocação bem definida e estruturada, diz, pode haver «uma Igreja cada vez mais presente nos ambientes, na escola, na universidade, na vida social e política, onde os jovens são sem dúvida a grande presença de uma Igreja que quer estar ao lado de todos», sustentou.



A reportagem do Sínodo dos Bispos é realizada em parceria para a Família Cristã, Agência Ecclesia, Flor de Lis, Rádio Renascença e Voz da Verdade.
Texto e fotos: Ricardo Perna
Continuar a ler