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Bispos propõem criação de observatório da juventude
20.10.2018
Foram divulgados, no final desta manhã, os Relatórios dos Círculos Menores referentes à terceira parte do Instrumentum laboris do Sínodo, dedicada ao tema «Escolher: percursos de conversão pastoral e missionária». No grupo de língua portuguesa, os participantes sugerem, entre outras propostas e reflexões, a criação de um «conselho» ou «observatório» mundial da juventude, um organismo da Santa Sé que congregue e trabalhe em conjunto com todas as estruturas que, de uma forma mais direta ou indireta, trabalham com a juventude. Esta é uma ideia que não está apenas presente na reflexão feita em língua português, mas também em outros grupos de outras línguas.

 
Conforme foi indicado na conferência de imprensa, estes relatórios são o resultado das reflexões nos vários grupos linguísticos e, apesar de apontarem alguns caminhos específicos, não refletem a totalidade das propostas que aparecerão no Documento Final.
 
No grupo português, os participantes falaram da necessidade de promover uma «visão integral da vocação que leve em conta as dimensões humana, comunitária, espiritual, pastoral e social», até porque, reconhecem, o termo «“vocação” é suscetível de algumas reservas por parte dos jovens».
 
Referindo também que os jovens são atraídos pelas «várias expressões da piedade popular (por exemplo, peregrinações e santuários), os participantes referiram a necessidade de fazerem um «caminho de descoberta da doutrina e moral cristãs».
 
Para além da criação do observatório mundial da juventude, os participantes no sínodo reconheceram a necessidade de fazer «escolhas corajosas em ordem à renovação da Pastoral Juvenil», e reforçaram a necessidade de investir em recursos humanos e materiais», acrescentando, no ponto 13, a «necessidade de haver pessoas com dedicação exclusiva à pastoral juvenil».


 
Grupo alemão quer maior compromisso de todos os bispos
Nos outros 14 grupos foram abordados outros temas, com destaque para uma reflexão do grupo de língua alemã. Os participantes descobriram «uma espécie de desamparo na questão de como proceder depois de tudo o que foi ouvido». «O que vai mudar depois do Sínodo? Há novas formas concretas de ser uma igreja com jovens? Haverá compromissos dos bispos?», questionaram os participantes na sua reflexão.
 
Outros temas abordados pelos grupos linguísticos foram as migrações; o acolhimento, nas comunidades católicas, das pessoas homossexuais; o papel das mulheres e a liderança na Igreja; ou a crise dos abusos sexuais. «O documento final não pode começar sem uma palavra clara sobre o drama do abuso sexual de crianças e adolescentes», escreve o grupo de trabalho de língua alemã, que pede «mudanças concretas» na prevenção e na resposta às vítimas.
 
O cardeal John Ribat, arcebispo de Port Moresby (Papua Nova-Guiné), disse esta tarde, em conferência de imprensa, que na Igreja «ninguém está excluído, todos estão em casa». O cardeal Blase Joseph Cupich, arcebispo de Chicago (EUA), defendeu, por sua vez, que os bispos devem «dar a voz» aos jovens.
 
«Os jovens pedem-nos que falemos de forma desafiante, aos líderes mundiais de hoje, em seu nome», sublinhou.

 
Esta terça-feira, após uma pausa nas reuniões gerais e de grupo, vai ser apresentado o projeto para o documento final do Sínodo 2018.
 
A reportagem do Sínodo dos Bispos é realizada em parceria para a Família Cristã, Agência Ecclesia, Flor de Lis, Rádio Renascença e Voz da Verdade.
Texto e fotos: Ricardo Perna
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