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Cardeal Parolin quer «travar o avanço do mal» no mundo
13.05.2017
O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, recordou hoje em Fátima milhões de pessoas que vivem em situações de conflito e os «deslocados» de guerra que «morrem tragicamente», cuja história os convida a construir a paz.


«Com frequência somos surpreendidos por imagens de morte, pela dor de inocentes que imploram ajuda e consolação, pelo luto de quem chora uma pessoa querida por causa do ódio e da violência, surpreendidos pelo drama dos deslocados que fogem da guerra ou dos migrantes que morrem tragicamente», declarou o cardeal Pietro Parolin, na homilia da Missa vespertina da peregrinação internacional aniversária do 13 de maio, citando o Papa Francisco.
 
Já após o Papa se ter deslocado para a Casa de Nossa Senhora do Carmo, onde vai passar a noite, o secretário de Estado do Vaticano pediu aos peregrinos reunidos no Santuário de Fátima que se disponibilizem para ser instrumentos de Jesus, «para que Ele possa continuar a habitar no meio dos homens».
 
Para este responsável, a conversão, a oração reparadora e a consagração, apesar de parecerem «meios aparentemente inúteis», são caminhos para «intervir a favor da paz». «Ofereçamos-Lhe as nossas mãos, para acariciar os pequeninos e os pobres; os nossos pés, para ir ao encontro dos irmãos; os nossos braços, para sustentar quem é fraco e trabalhar na vinha do Senhor; a nossa mente, para pensar e fazer projetos à luz do Evangelho; e sobretudo o nosso coração, para amar e tomar decisões de acordo com a vontade de Deus», disse D. Pietro Parolin.
 
No Santuário que «guarda a memória das Aparições de Nossa Senhora aos três Pastorinhos», o cardeal italiano pediu «perseverança» na consagração ao Imaculado Coração de Maria, respondendo ao apelo de Fátima. «E se, não obstante a oração, as guerras persistirem? Ainda que não se veja resultados imediatos, perseveremos na oração; esta nunca é inútil», observou.
 
A oração, lembrou o responsável, é um investimento que o ser humano põe nas mãos de Deus, «que Ele coloca a render» segundo um tempo «muito diferente do nosso». Como uma «mãe preocupada com as tribulações dos filhos», Nossa Senhora apareceu em Fátima trazendo uma «mensagem de consolação e esperança para a humanidade em guerra e para a Igreja sofredora» e convidando à confiança.


«No fim, vencerão o amor e a paz, porque a misericórdia de Deus é mais forte que o poder do mal. O que parece impossível aos homens, é possível a Deus», assinalou D. Pietro Parolin recordando palavras da Aparição de julho de 1917.
 
Este «convite» para «travar o avanço do mal terá sucesso se cada um fizer o possível por não espalhar o mal. O Cardeal Pietro Parolin cita Eloy Bueno De La Fuente para explicar que, como Jesus, que acolheu todo o mal que lhe deram, e optou por não o entregar a ninguém, também cada um dos cristãos deve «travar o avanço do mal». «Isto só é possível pagando um preço», assumindo o cristão o mal que lhe calhou, «libertando os outros do avanço do mal».
 
A cerimónia concluiu-se já depois da meia-noite, com a chuva a fazer-se sentir sobre os peregrinos, muitos dos quais vão pernoitar na esplanada do Santuário de Fátima.
 
O programa da primeira peregrinação internacional do centenário das aparições prossegue este sábado, com a Missa presidida pelo Papa Francisco, às 10h00, que se inicia com o rito de canonização de Francisco e Jacinta Marto, os dois mais jovens dos três videntes de Fátima.
 
Texto: Ricardo Perna (com Agência Ecclesia)
Fotos: Arlindo Homem e Ricardo Perna

 
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