A Comissão Internacional Independente de Inquérito sobre a Síria, das Nações Unidas, conclui que a minoria yazidi é alvo de genocídio por parte do autoproclamado Estado Islâmico (ISIS). O relatório
Eles vêm para destruir: os crimes do ISIS contra os yazidis revela que em, pelo menos, cinco províncias da Síria, meninas e mulheres são oferecidas e vendidas em mercados de escravos. As que tentam fugir são espancadas e, em alguns casos, alvo de violações coletivas. O documento refere ainda transferências e conversão religiosas forçadas.
Paulo Sérgio Pinheiro é brasileiro e apresentou o relatório em Genebra. «O genocídio ocorreu e está em curso», disse na ocasião.
A Comissão Internacional entrevistou sobreviventes, líderes religiosos, contrabandistas, ativistas, advogados, pessoal médico e jornalistas. Conclusão: o Daesh está a cometer genocídio contra a minoria yazidi.
Este relatório, agora divulgado, diz que «o ISIS tem procurado apagar os yazidis através de assassinatos, escravidão sexual, escravidão, tortura e tratamentos desumanos e degradantes, transferência forçada, causando sérios danos físicos e mentais e imposição de condições de vida que provocam uma morte lenta».
Mas ainda há mais atrocidades reveladas. São impostas «destinadas a evitar que as crianças yazidis nasçam, incluindo a conversão forçada de adultos; a separação de homens e mulheres yazidis e o trauma mental; e a transferência de crianças yazidis de suas famílias, tornando-as combatentes do ISIL, separando-as das crenças e práticas da sua própria comunidade religiosa».
A Comissão das Nações Unidas apelou ao Conselho de Segurança para levar «urgentemente» a situação na Síria ao Tribunal Penal Internacional, salientando que não pode haver impunidade.
O mandato desta Comissão é apenas para violações contra yazidis em território da Síria. Ainda recentemente,
Pascale Warda, ex-ministra do Iraque e ativista dos direitos humanos, denunciou em
entrevista à Família Cristã os crimes contra cristãos e outras minorias no Iraque. «As Nações Unidas devem reconhecer o genocídio! Devem! É o seu dever! Se não reconhecem o genocídio no Iraque com cristãos e yazidis também estão a participar nesse genocídio. Para mim é imperdoável. São crimes continuados e que é preciso que o mundo entenda e veja o que se passa.»