O primeiro-ministro português elogiou hoje o «exemplo» da Igreja Católica durante o estado de emergência, apontando ao regresso gradual das celebrações religiosas em maio. António Costa falava aos jornalistas após uma reunião de uma hora com o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Manuel Clemente, na residência do cardeal-patriarca, junto ao Seminário dos Olivais.

Os responsáveis debateram o levantamento das restrições às celebrações religiosas face à pandemia de Covid-19. «Deveremos, a partir de maio, começar a encontrar um maior ponto de normalidade, nas celebrações religiosas, tendo em conta a previsão que temos», disse o primeiro-ministro, citado pela Agência Ecclesia.
Esse regresso será feito «gradualmente e com todos os cuidados sanitários» que permitam aliviar as atuais medidas de contenção, mas o chefe do Executivo não quis comentar a forma como será retomada a celebração comunitária das Missas. «É uma decisão que caberá, sobretudo, à Igreja Católica e aquilo que me foi transmitido é que a Igreja continuará a ser um exemplo e uma referência na forma de celebração da fé, mantendo naturalmente as regras que podem contribuir positivamente para a saúde pública», acrescentou, afirmando que, em relação ao 13 de maio, o cardeal de Leiria-Fátima «já tomou decisões relativamente» a esse assunto, citado pela Agência Lusa.
Para debater este assunto e preparar os trabalhos da Assembleia Plenária de junho haverá amanhã, terça-feira, uma reunião do Conselho Permanente da CEP, sabe a FAMÍLIA CRISTÃ.
Pela parte do Governo, António Costa repetiu que o Governo vai fazer uma próxima avaliação sobre a situação epidemiológica existente do país no dia 28 deste mês, e remete decisões para o Conselho de Ministros. «No Conselho de Ministros de 30 de abril, iremos definir orientações no sentido de como, de forma gradual e em segurança, se poderá começar a retirar várias restrições que têm vigorado», afirmou, citado pela Lusa.
Neste ponto, o primeiro-ministro salientou ainda que, além da Igreja Católica, irá falar com outras confissões religiosas, designadamente com os muçulmanos, que entrarão em breve no período do Ramadão.
Texto: Ricardo Perna (com Agência Ecclesia e Lusa)
Foto: Ricardo Perna
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