Uma mulher de 31 anos sobreviveu ao naufrágio da última quarta-feira ao largo da costa da Líbia. Mas perdeu dois filhos, de dois e de 13 anos, e um irmão de 21. No mar morreram 240 pessoas, entre as quais crianças e mulheres grávidas.
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A UNICEF relata o testemunho de Helena Rodriguez, ginecologista e mediadora cultural em Lampedusa, para onde foram levados os sobreviventes. Esta responsável diz que «a tragédia deixou esta mulher em estado de choque profundo depois de ter assistido ao afogamento dos filhos e do irmão sem poder fazer nada para os salvar». Pagou 2400 dólares aos contrabandistas pela travessia da Líbia para Itália. «Quando ela e outras pessoas viram a embarcação sem o mínimo de condições para se fazer ao mar, não queriam entrar porque tiveram medo. Mas os contrabandistas começaram a disparar contra eles e obrigaram-nos a embarcar, e foi por isso que tantas pessoas morreram a apenas 12 km da costa da Líbia», explica Helena Rodriguez.
A ginecologista conta que os sobreviventes chegaram em muito más condições, alguns em coma e outros com queimaduras graves. Outras duas mulheres também perderam os filhos no mar.
A UNICEF alerta que 2016 pode ser o ano com mais vítimas mortais no mar. Até agora, já morreram mais de 4200 refugiados e migrantes no mediterrâneo. Este ano chegaram a Itália 160 mil pessoas.
Texto: Cláudia Sebastião
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