Diariamente há crianças alvo de exploração sexual, violência, e trabalhos forçados nos campos de refugiados no Norte de França. É o que revela um relatório da UNICEF França e UNICEF Reino Unido.



Foram observadas 60 crianças com idades entre os 11 e os 17 anos, que viviam em sete campos ao longo da costa do Canal da Mancha. Em Nem sãs nem salvas, elas traçam um quadro de abusos constantes. A violência sexual é uma ameaça permanente, incluindo até troca de serviços sexuais para passar para o Reino Unido. Os testemunhos das crianças referem prostituição forçada, violações e atividades criminais como roubos.
 
Os testemunhos das crianças traçam um quadro de abuso e tragédia com casos de profunda escravatura e atividades criminais forçadas. A violência sexual é uma ameaça constante, incluindo até troca de serviços sexuais em troca da passagem para o Reino Unido.
 
Os traficantes cobram entre 4 e 5 mil libras para atravessar o Canal da Mancha. O diretor executivo da UNICEF no Reino Unido exige ação ao governo. «O primeiro-ministro diz que as crianças desacompanhadas devem ser levadas para o Reino Unido se tiverem família cá, mas isso tem acontecido muito devagar. Estes campos não são lugares para crianças. Sabemos que, pelo menos, 157 crianças em Calais têm direito legal a estar com as suas famílias no Reino Unido.»
 
O relatório estima que até março de 2016 tenham chegado 500 crianças desacompanhadas a estes sete campos de refugiados. Nos primeiros meses deste ano, 4760 crianças atravessaram do Norte de África para Itália. Dessas 94% estavam sozinhas.

 Texto: Cláudia Sebastião
Fotos: UNICEF