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D. Jorge Ortiga lembra «testamento» de entrega de D. Anacleto
22.09.2020
A Diocese de Viana do Castelo viveu hoje o «último adeus» a D. Anacleto Oliveira, bispo que faleceu na última sexta-feira, evocando um «apaixonado pela Palavra» que foi capaz de ser «tudo para todos». «Quis ser missão numa proximidade muito concreta com todos», referiu, na homilia da Missa exequial, D. Jorge Ortiga, que presidiu à celebração.


O arcebispo de Braga e responsável pela província eclesiástica em que se insere a diocese do Alto Minho, recordou o lema episcopal escolhido por D. Anacleto Oliveira, ‘Escravo de todos’. «Este lema pode ser para nós, que conhecemos D. Anacleto, e particularmente para todos os cristãos da diocese de Viana do Castelo, um testamento. A dureza da sua morte, inesperada e dolorosa, obriga-nos agora a retomar a missão onde ele a deixou. Deu-se por completo, mas há ainda muito por fazer na Igreja e no mundo», indicou D. Jorge Ortiga.

O arcebispo primaz desafiou as comunidades católicas a «oferecer ao mundo a pureza do Evangelho», como fez o falecido bispo. «O mundo precisa da Palavra de Deus na sua forma mais pura. A perspicácia intelectual e a profundidade dos conhecimentos bíblicos de D. Anacleto reclamam da Igreja, de modo a continuar a concretizar o seu legado, um compromisso sério com a Sagrada Escritura», realçou.

D. Jorge Ortiga pediu que «sejamos um prolongamento da vida de D. Anacleto, trazendo para a nossa vida e das nossas comunidades estes apelos que a Palavra de Deus nos lança».

A intervenção evocou a canonização de S. Bartolomeu dos Mártires como uma das «maiores alegrias» na vida do falecido bispo de Viana do Castelo, que «recordou o seu estilo de ser pastor e tentou pautar a sua vida pastoral pelos mesmos ideais». «Que o Senhor acolha na Sua morada o nosso querido irmão D. Anacleto Oliveira e que a Palavra de Deus nos abra o entendimento e o coração ao tempo pascal da ressurreição», concluiu D. Jorge Ortiga.

O espaço no interior da Sé foi reservado aos bispos, padres, autoridades – incluindo o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa -, diáconos, acólitos e seminaristas, além do grupo coral e orquestra, além dos familiares de D. Anacleto Oliveira.

Presidente da CEP recorda «querido irmão»
O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. José Ornelas, falou no final da celebração desta tarde, dirigindo-se à Diocese de Viana do Castelo, que «sente a tristeza da partida do seu pastor», um homem marcado pela «paixão de servir a Igreja do Senhor».

Em declarações reproduzidas pela Agência Ecclesia, o bispo de Setúbal recordou um estudioso da Bíblia «que não ficou simplesmente no passado”, sendo capaz de uma palavra que «questionava atitudes», uma palavra «inquieta», que despertou e mobilizou todos para «buscar caminhos novos». «Vamos continuar o seu pensamento o seu caminho, um caminho que exige busca, fidelidade à Palavra que se escuta», apelou, falando num «irmão querido». «Nós agradecemos o dom que foste para esta Igreja, para esta cidade, para esta diocese, para este país», disse D. José Ornelas.

Na quarta-feira, os restos mortais de D. Anacleto Oliveira estarão em câmara ardente na Catedral de Leiria, a partir das 10h00; às 15h00 o cardeal D. António Marto preside à Missa Exequial; a sepultura será no cemitério das Cortes, terra natal do falecido bispo.
 
Texto: Ricardo Perna (com Agência Ecclesia)
Fotos: Diocese de Viana do Castelo
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