A Conferência Episcopal Portuguesa emitiu um comunicado logo depois da aprovação na Assembleia da República dos quatro projetos de lei para despenalizar a eutanásia e o suicídio assistido. Os bispos reafirmam «a sua oposição» e que «a dignidade humana, que deve ser garantida sempre e também no fim da vida, não passa pelo direito a pedir a morte mas pela garantia de todos os cuidados para evitar o sofrimento, como indicam os códigos deontológicos dos profissionais de saúde, reafirmados no contexto das reincidentes iniciativas legislativas de alguns grupos parlamentares pelas respetivas ordens profissionais».
A Conferência Episcopal Portuguesa defende que «os projetos de lei aprovados representam um alargamento da legalização da eutanásia e do suicídio assistido para além das situações de morte iminente abrangendo também situações de doença incurável e deficiência, o que aproximará a nossa legislação dos sistemas mais permissivos já existentes, que felizmente são muito poucos». Além disso, os bispos defendem que está a ser passada a mensagem de que «a morte provocada é uma resposta possível para enfrentar tais situações». Pelo contrário, acreditam que «tal resposta deverá ser sempre a do esforço solidário para combater e aliviar a doença e o sofrimento, designadamente através dos cuidados paliativos, ainda não acessíveis à maioria dos portugueses deles necessitada».
Texto: Cláudia Sebastião
Fotos de Arquivo
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