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Fátima sem peregrinos para «não colocar em perigo saúde pública»
04.05.2020
O Bispo de Leiria-Fátima confirma que a peregrinação de 13 de maio decorrerá sem peregrinos, mantendo a decisão depois de a ministra da Saúde, Marta Temido, ter admitido que poderia haver uma exceção para o Santuário, na sequência das polémicas com as celebrações do 1º de maio.

Foto de Arquivo
No entanto, o cardeal António Marto mantém a sua decisão «para não colocar em perigo a saúde pública». « A decisão da Igreja Católica de seguir as indicações das autoridades civis no sentido de suspender as celebrações religiosas comunitárias decorre da responsabilidade de fazer o que está ao seu alcance para não colocar em perigo a saúde pública, cumprindo também deste modo o mandato evangélico do amor ao próximo», refere o comunicado enviado às redações e lido aos jornalistas pela porta-voz do Santuário de Fátima, Carmo Rodeia.

O bispo de Leiria-Fátima está convencido que «um aglomerado imprevisível de pessoas na Cova da Iria, a 12 e 13 de maio, numa altura em que o risco epidémico é elevado, contraria as orientações das autoridades de saúde, que optaram por fazer um desconfinamento gradual e faseado», e por isso reafirma, à semelhança do que já tinha feito quando anunciou esta decisão, na altura «com o coração em lágrimas, porque sei da importância deste momento, em particular para tantos milhares de peregrinos que aqui vêm em busca de um alimento, de conforto e de paz para o ano inteiro», que as celebrações deste ano decorrerão sem peregrinos, que são convidados a acompanhar as celebrações que acontecerão «pelos órgãos de comunicação social e digital».

Uma atitude que, segundo diz D. António Marto no comunicado que assina, confirma que «respeitamos, por isso, numa atitude de colaboração com as diversas autoridades, as orientações de realizar estas celebrações com uma presença simbólica de participantes: intervenientes na celebração e funcionários do Santuário». «Por mais que o nosso coração desejasse estar em Fátima, a celebrar comunitariamente no mesmo lugar, como acontece desde 1917, a prudência aconselha-nos a que desta vez não seja assim», defende o prelado, concluindo o comunicado afirmando esta «opção dolorosa», na «expetativa de, quanto antes, podermos ter neste Santuário as multidões que, na alegria da fé, se reúnem para celebrar e rezar».

A polémica surgiu quando a ministra da Saúde, questionada se, em virtude da polémica exceção criada para o 1º de maio, poderia fazer o mesmo para o 13 de maio, ter afirmado que tal seria possível. O Santuário declarou-se, na altura, «espantado» com esta afirmação, e tinha prometido uma resposta oficial, que surgiu ontem, ao final do dia.
 
Texto e foto: Ricardo Perna
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