Existem santos desde que existe a Igreja. Pessoas boas, de carácter, que servem de exemplo de fé, dedicação, empenho, a todos quantos professam a fé católica, e não só... E Portugal não foge à regra. São 9 os santos portugueses, canonizados pela Igreja Católica, 10 se contarmos com a exceção de Santa Joana Princesa, que, apesar de ser chamada de santa, é apenas beata.
Para melhor os conhecermos, percorremos o país à procura dos seus locais de origem, do que ainda pode ser visitado, a fim de que se possa conhecer melhor cada um deles. É uma boa sugestão de viagem para a família, pois alia a beleza do nosso país e do património religioso às histórias destas figuras que tanto nos podem inspirar a todos.



Em Lisboa nasceu, mas foi em Braga que deixou a sua marca. Frei Bartolomeu dos Mártires foi canonizado pelo Papa Francisco em 2019, mas viveu no século XVI, e foi um «pastor com cheiro de ovelhas», como pede hoje o Papa Francisco, mas era muito invulgar naquele tempo.

Nunca quis ser bispo, e só aceitou deixar o convento de clausura porque o seu superior hierárquico o ordenou que assim fosse, tendo sido nomeado arcebispo no consistório de 1559.

Fez questão, enquanto arcebispo, de visitar todas as paróquias da arquidiocese, mais de 1200, já que na altura a arquidiocese de Braga contemplava territórios hoje divididos por várias dioceses entretanto criadas, ensinando e cuidando dos seus fiéis. A falta de conhecimentos que encontrava levou-o a escrever cerca de 30 obras, que mantêm hoje muita atualidade, e que são a razão para o pedido de canonização que as dioceses de Braga e Viana do Castelo enviaram ao Vaticano fosse acompanhado do pedido para que, como Santo António, fosse declarado Doutor da Igreja.
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Nas suas visitas, usava um altar portátil, que hoje pode ser visto no Museu Pio XII, em Braga, juntamente com a cruz processional que fazia questão de oferecer a todas as paróquias que visitava.


Foi um visionário, e a sua participação no Concílio de Trento, onde chegou a propor, segundo se sabe, a utilização da língua vernácula para a eucaristia, medida que só foi aprovada pela Igreja no II Concílio Vaticano, mais de 400 anos antes, mas que para ele na altura já era essencial.

Fundou o Seminário de Braga, e a Igreja de S. Paulo, que o serve, ainda tem os brasões de armas de Frei Bartolomeu dos Mártires, assim como uma estátua mandada colocar mais recentemente à sua porta.


Descansa agora em Viana do Castelo, na igreja de S. Domingos, onde é possível visitar o seu túmulo e muitas referências à sua figura.






 
Locais a visitar para melhor conhecer a figura de Frei Bartolomeu dos Mártires:
Igreja de S. Domingos: Largo de São Domingos 19, 4900-347 Viana do Castelo
Igreja de S. Paulo: Largo de São Paulo 15, 4700-039 Braga
Museu Pio XII: Largo de Santiago 47, 4700-039 Braga