Nos últimos anos, muitos hectares de terrenos abandonados nas cidades têm sido transformados em hortas. Em 2017, eram 69 hectares por todo o país. Hoje são seguramente muitos mais. Fomos conhecer a experiência de dois hortelões em duas cidades diferentes. Garantem que a experiência é muito enriquecedora e o sabor dos alimentos incomparavelmente melhor.
Paula Robinson nasceu em Lisboa e toda a vida viveu em cidade. O gosto pelo contacto com a terra e o cultivo de alimentos veio depois com o casamento e as idas à terra da mãe do marido. «Ia passar temporadas e ajudava a plantar, e ia às tias e às primas ajudar. Ganhei um bocado aquele gosto de “deixa ver”, “deixa experimentar”», recorda. Assim, quando em 2018, a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira abriu concursos para hortelões, Paula e o marido decidiram concorrer «“vamos ver se dá alguma coisa”». Acabou por lhe ser atribuído um talhão com 40 metros quadrados. «Metemos mão à obra. Sem experiência nenhuma, digo já», confessa. Começaram «por experimentar umas coisas, ler outras» e seguir os conselhos da sogra de Paula, agora com 90 anos. «Ela tinha muita experiência e continua a ter. Agora em pandemia não pode [lá ir]. Mas sempre que podia, ia lá dar as dicas dela com o conhecimento que ela tinha.» Ter uma horta teve também como objetivo «querer apostar no que é mais saudável, ter produtos nossos e produtos saudáveis e plantados por nós, ir buscar e colher».
O mesmo motivou Rúben Sousa a querer ter uma horta em Leiria. Mas ele, ao contrário de Paula, tinha alguma experiência. «O meu pai sempre teve horta em casa. Aprendi muito também com o senhor Manuel, que é a pessoa de referência que tem a horta sempre muito bem cuidada. É vizinho do meu horto. Depois também a internet, grupos de agricultura biológica do
Facebook. Quando tenho alguma dúvida, pergunto», diz.
Texto: Cláudia Sebastião
Este é apenas um excerto do artigo. Leia toda a reportagem na FAMÍLIA CRISTÃ de março de 2021. Pode comprar a revista ou assiná-la clicando aqui.
Continuar a ler