Os trabalhos da manhã no X Encontro Mundial das Famílias contaram com a presença de Gregory e Lisa Popcak, um casal americano responsável pelo Instituto Peyton da Igreja doméstica, que veio falar sobre este conceito de Igreja doméstica.
Em conversa com a Família Cristã, no final da sua intervenção, o casal lamentou que muitas famílias tentem ser Igreja doméstica recorrendo a estratégias que, mais cedo ou mais tarde, cansam e são incompatíveis com a vida familiar do quotidiano. «Isto é sobre tornar os momentos da vida quotidiana cheios do amor de Deus. Isto acontece quando as famílias procuram tempo para trabalharem juntos, para brincarem juntos, rezarem juntos, ao longo do dia. Podem estar juntos a dobrar a roupa e a ter conversas mais profundas com eles do que o habitual, por exemplo», explica Lisa Popcak.
Um conceito mais fácil de viver, com pequenos momentos que já são vividos em família, mas que podem ser enriquecidos com espiritualidade. «Depois do jantar, lavem a loiça em família, ponham uma música e continuem a conversar. Depois, agradeçam a Deus serem uma família que trabalha tão bem em conjunto», sugere Gregory Popcak, para quem «as interações do quotidiano com Deus são pequenas interações santas». «Sermos generosos, servirmos o outro de forma mais generosa, e amarmo-nos todos mais profundamente: este é o caminho para a santidade», garante.
E explicar estes conceitos aos filhos, para que os compreendam, não deve ser algo de difícil. «Devemos dizer “eu amo-te tanto, mas posso amar-te ainda mais se trouxermos Deus para a nossa casa e para as nossas relações”, escolhendo tempos para conversar, brincar e trabalhar em conjunto, para que possamos lembrarmo-nos quanto é que Deus nos ama e quanto é que nos amamos uns aos outros», defende Lisa Popcak.
Sinodalidade e a relação com os mais velhos
Os diferentes painéis da manhã abordaram ainda os temas da sinodalidade e da relação dos jovens com os mais velhos. Álvaro Medina del Campo e Maria Rosário Garcia Garoz trouxeram um testemunho duro sobre a transmissão da fé na família, e de como os seus filhos tiveram destinos tão diferentes e dolorosos, apesar da mesma educação cristã, mas de como todos acabaram por, mais cedo ou mais tarde, encontrar a Deus na sua vida. «Não nos cansemos de fazer apostolado, porque é a nossa missão, porque só Deus sabe como tornar frutíferas as nossas obras e, por isso, seríamos injustos para com os nossos filhos e netos se não lhes levássemos a Boa Nova de que Deus está aqui e nos ama», afirmaram na sua apresentação, concluindo com a ideia de que «a família é um grande milagre, um segredo de amor entre pais, filhos e netos, onde Deus escreve histórias bonitas».
Christopher Bellito falou sobre a relação entre os mais velhos e os mais jovens para sugerir que seja uma relação frutuosa e rica de momentos em conjunto. «Arranjem tempo, façam disto uma prioridade», pediu o orador, para depois sugerir atividades como noites de cinema, fazer entrevistas para ouvir as histórias dos mais velhos, sejam as histórias de vida, seja a experiência deles dentro da Igreja antes de algum momento importante, como a Primeira Comunhão dos netos, ou a criarem momentos de ajuda para a introdução às novas tecnologias. «Peço aos mais velhos que partilhem as suas experiências tanto quanto possam. E peço aos jovens que as ouçam, que aprendam, e que ajam sempre de forma que honrem os seus anciãos», pediu.
A reportagem em Roma no âmbito do X Encontro Mundial das Famílias resulta de uma parceria entre a Família Cristã, a Agência Ecclesia, o Diário do Minho e a Associação de Imprensa de Inspiração Cristã.
Texto e fotos: Ricardo Perna
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