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«Imigração é o oxigénio para país não asfixiar»
22.05.2017
Foi apresentado esta tarde a investigação «Migrações e sustentabilidade demográfica: um estudo sobre o impacto das migrações na sociedade e economia portuguesas». No Salão Nobre da Universidade de Lisboa, os coordenadores do estudo explicaram como fizeram previsões até 2060 das migrações de substituição. Uma das principais conclusões é que Portugal precisa de mais imigrantes e que menos emigrantes abandonem o país.


Maria João Valente Rosa, coordenadora dos estudos de demografia da Fundação Francisco Manuel dos Santos, defendeu que «a incerteza é uma das palavras-chave deste estudo». Contudo, encontra algumas certezas: «vamos continuar a envelhecer enquanto país e também estamos cada vez maqis dependentes das migrações para ter dinamismo social e económico». Por isso, esta investigadora defende que «a imigração representa uma grande parte do oxigénio para o nosso país não asfixiar».
 
A investigação traçou cenários de 2015-2060 para a demografia, a economia e proteção social. Daniela Craveiro apresentou as conclusões. «Num cenário sem migrações prevemos a diminuição do volume total de população dos 10,4 milhões atuais para os 7,8 milhões em 2060 e a população idosa que agora já é cerca de 20% da população, passaria a quase 40%», explica. Só tendo em conta os cenários demográficos apresentados neste estudo, seriam precisos nestes 45 anos mais de dois milhões de pessoas a entrar em Portugal do que a sair para manter a população atual; quase três milhões e meio para manter população ativa atual e mais de 27 milhões para manter o nível de envelhecimento atual.

É preciso tomar medidas
Jaime Gama, presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos, salientou que o estudo é «um apelo: um apelo a que se debate; um apelo a que se introduza um modelo de médio e longo prazo e que se tomem medidas». O estudo prevê que sem migrações já em 2020 haverá falta de recursos humanos para responder às exigências do mercado de trabalho e essa falta é para todos os tipos de qualificações. Simultaneamente, outra das conclusões é que os imigrantes permitem responder à falta de recursos humanos no país, tem impacto positivo nas contas do sistema de pensões de velhice da segurança social e ajudam a que o país não fique tão envelhecido.

Na apresentação das conclusões, o coordenador do estudo, João Peixoto explicou melhor o conceito de migrações de substituição: quantos imigrantes serão necessários para o equilíbrio populacional tendo em conta que a população envelhece e o índice de fertilidade não chega para repor as gerações? O investigador afirma que «se Portugal mantivesse a crise migratória recente de mais pessoas a sair do que de gente a entrer caminharíamos para o abismo não a médio prazo, mas a curto».
 



 
Reportagem e fotos: Cláudia Sebastião
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