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Jesus aos olhos dos mais novos
18.12.2013
Na sala do primeiro catecismo (crianças de seis/sete anos) da paróquia da Charneca da Caparica, com cerca de um mês de catequese decorrido, as crianças vão aprendendo a conhecer Jesus. Com mais ou menos timidez vão dizendo quem acham e como acham que é Jesus. E surgem várias descrições, mesmo para aqueles que ainda não conseguem explicar muito bem quem é Jesus. Ficam duas ideias principais: a amizade e a ajuda.

Para a Sara, Jesus é «um anjo». E a explicação é simples: «Porque gosta muito das outras pessoas.»

Para o Bernardo, a resposta surge rápida e segura: «É o filho de Deus.» E, com uma resposta semelhante, a Carolina diz-nos que «Jesus é [o próprio] Deus». Na mesma linha, mas num espírito mais "filial", o Martim responde que Jesus é «o Pai Nosso».

Para a Ana Patrícia, a Maria Leonor e a Rita, os olhos com que veem Jesus são os de quem olha para o céu. Diz a Ana Patrícia que Jesus «é um senhor que está no céu e já morreu». Para a Maria Leonor «é uma pessoa que vive no céu e nos ajuda muito» e para a Rita «é um senhor que já morreu e ajuda as pessoas».

A Margarida, a Catarina e o Frederico veem-n'O com os olhos de quem recebe algo de Jesus, amizade ou ajuda. Para a Margarida, Jesus «é nosso amigo», para a Catarina «é uma pessoa que gosta muito de nós» e para o Frederico é o «nosso amigo. Ajuda-nos.»

Já sobre o espaço que Jesus tem no seu dia a dia e se se lembram muitas vezes d'Ele, as respostas são afirmativas no geral, algumas delas com a inocência e sinceridade próprias das crianças.

A Sara diz que pensa no seu anjo «muitas vezes; todo o dia» e que se lembra dele há muito tempo: «há muitos anos, com cinco anos.»

O Bernardo começa por dizer-nos que lembrar-se mesmo e pensar em Jesus é à «segunda, terça, quarta». Mas não se pense que é porque nos outros dias se cansa. Quando lhe perguntámos porque é que escolhia esses dias, o Bernardo explicou-nos que é «porque eu gosto d'Ele» [Jesus] e, como nos disse, também gosta destes dias. Mas, além disso, o Bernardo admite que Ele acaba por estar presente em todos os outros. «Eu faço sempre uma oração à noite.»

«Um amigo que está no coração»
O Frederico lembra-se muitas vezes de Jesus, mas admite que não está sempre a pensar n'Ele. Tem a sua razão legítima de criança. «Tenho visto mais desenhos animados.»

Para a Rita, Jesus é sempre lembrado quando ouve falar na morte. «A minha avó já morreu e sempre que oiço alguma coisa de morte, começo a pensar em Jesus, que mandou os anjos levar a minha avó para cima.»

Embora pequenos, quase todos os meninos da sala do primeiro ano nos explicaram que o Natal é o nascimento de Jesus, para além das prendas e do Pai Natal.

À medida que avançamos na idade, as respostas vão-se estruturando, há ideias que se mantêm sobre quem é Jesus.
Para os meninos do terceiro ano de catequese com quem falámos, Jesus, além de filho de Deus, é um amigo.

Para a Marta, «Jesus é um amigo que está no nosso coração, que nos dá paz e alegria e que nos ensina que devemos ser amigos para todas as pessoas». Jesus ocupa uma parte de si, principalmente junto dos mais próximos, pois é nessas alturas que mais se lembra d'Ele, «quando estou com as pessoas que mais gosto». Para o Pedro, «Jesus é uma pessoa importante, filho de Deus, em quem que devemos todos acreditar», e os momentos vividos mais de perto com Ele são os de oração. «Lembro-me mais à noite, que é quando eu rezo». Para o Tiago, Jesus «é o filho de Deus» e os momentos em que mais se encontra com Ele são aqueles «em que estou sozinho».



Ter em conta «o que Jesus ensinou»
Na catequese do sétimo ano, encontrámos o Moisés, a Ana Rita e o David que, com uma caminhada mais longa, nos explicaram que lugar ocupa Jesus nas suas vidas e o que é, para si, o Natal. Também para os mais velhos, a imagem de Jesus permanece uma imagem de ajuda.

A Ana Rita recorre a Jesus e lembra-se d'Ele quando precisa de uma ajuda «na escola, nos testes» ou para resolver algum problema familiar.

O Moisés está numa fase da vida de aproximação a Jesus. «Agora por acaso tenho passado uma fase da minha vida que preciso da ajuda de Deus, tenho acompanhado mais as missas e percebo que tenho tido uma ajuda extra, então e no meu entender penso que seja uma ajuda que Ele me está a dar.»

Também o David se lembra mais de Jesus quando precisa de uma mão que o ajude. «Lembro-me mais de Jesus quando estou mais triste, mais em baixo e preciso de uma ajuda extra.»

Para estes três adolescentes, o Natal tem um significado indissociável da família.

A Ana Rita diz-nos que acha «que o principal do Natal é ser feliz com a família e estar unidos para celebrar o nascimento de Jesus e é isso que eu e a minha família fazemos».

Para o Moisés, o Natal, além de um motivo para estar com a família é uma altura de partilha e atenção aos outros.

«Como o Natal é família, estamos mais juntos, partilhamos. Nessa altura, por acaso tento fazer-me mais feliz porque estou a chegar a uma época de festa e tento ajudar as pessoas, porque estamos a chegar a uma fase de festa em que ninguém deve estar triste, ninguém deve estar mal.»

Também para o David o Natal é tempo de «estar com a minha família, com os que eu mais gosto» e uma boa altura para ter em conta aquilo que Jesus «nos ensinou».
Reportagem: Rita Bruno
 
Artigo publicado em 2013
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