O Presidente da República afirma que há «insuficiente sensibilização de muitos portugueses» em relação ao tema da eutanásia. Participando na abertura do último debate «Decidir sobre o final da vida» promovido pelo Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, Marcelo Rebelo de Sousa pediu a participação e o empenho de todos na discussão sobre a eutanásia.
«Decidir sobre o final da vida é uma matéria para o futuro e presente de todos nós e uma sociedade mais humana e portanto mais solidária, sendo fundamental que todos convirjam nessa matéria», defendeu. Lembrando experiências noutros países, Marcelo Rebelo de Sousa disse que são precisos a «perceção do sentido coletivo e a sua projeção em consensos amplamente partilhados».

Mais uma vez, o Presidente da República não disse qual a sua opinião sobre a morte assistida, defendendo que «não pode nem deve condicionar a discussão». Marcelo Rebelo de Sousa reserva «a sua intervenção para o momento em que se e quando a questão lhe for suscitada tiver de se pronunciar ou sobre o processo ou sobre a substância da discussão, sobre a perspetiva jurídica ou ético-comunitária». O Chefe de Estado terminou dizendo que não nos devemos esquecer «que devemos aos outros o nosso empenho permanente no cuidar, mais do que isso: o nosso compromisso inequívoco na salvaguarda do ser-se pessoa».
Esta última sessão do ciclo de debates promovidos pelo Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida decorreu na Fundação Champalimaud, depois de debates em vários pontos do continente e ilhas.
Texto: Cláudia Sebastião
Fotos: Presidência da República/Miguel Figueiredo Lopes
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