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Missa em Mossul: «Este lugar deu mártires à Igreja»
31.08.2017
No passado dia 9 de agosto, foi celebrada Eucaristia em Mossul, no Iraque, um mês depois de a cidade ser libertada pelo autoproclamado Estado Islâmico. Os sacerdotes presentes dizem tratar-se da primeira Missa celebrada na cidade nos últimos três anos.

O Pe. Luis Montes é sacerdote do Instituto do Verbo Encarnado e há mais de 20 anos que é missionário no Médio Oriente. No facebook dos “Amigos de Irak” foi divulgado um vídeo em que conta como tudo aconteceu.
 

«O cume desta peregrinação foi poder celebrar a Eucaristia numa das capelas dos monges do Mosteiro de São Jorge: o altar totalmente despojado dos seus mármores, todas as paredes da capela em muito mau estado», conta. Celebrar naquele lugar foi muito marcante para este sacerdote e quem o acompanhava. «Tem imensa força. Estar ali, nesse lugar atacado por ser um lugar cristão, tinha tanta força como o mistério da contemplação da cruz que se renova na Santa Missa. Foi muito providencial que esse dia fosse dia de Santa Edith Stein… nesse lugar que seguramente deu mártires à Igreja, onde cristãos foram encarcerados, torturados… poder celebrar a Missa de uma mártir foi um grande presente de Deus.» No seu testemunho neste vídeo, o Pe. Luis Montes recorda que ofereceu a Eucaristia pela Europa, pedindo que desperte para a perseguição aos cristãos. Depois, um dos «sacerdotes disse que acreditava ser a primeira missa celebrada em Mossul nos últimos três anos. Foi um presente que Deus nos deu».

«Muito impressionante» e «doloroso» ver «lugares santos profanados»
Além do testemunho do padre, é possível ver também imagens vídeo e fotografias dos locais visitados em Mossul: Mosteiro de São Jorge e Igreja Virgem Maria. «A visita ao Mosteiro de São Jorge, em Mossul, foi muito impressionante ao ver os danos que o Estado Islâmico realizou neste lugar santo. Não foi tão danificado como a Igreja Virgem Maria que já não se pode reconstruir. Mas o Mosteiro tem danos muito grandes. Escombros por todos os lados, paredes pintadas, a gruta da Virgem Maria destruída, a imagem da Virgem Maria decapitada… As cruzes das paredes e muros foram também esmagadas para que não fique rasto de nada que seja cristão nem Jesus Cristo.» O sacerdote esteve também numa parte do edifício usado como cárcere. «Tinham nomes cristãos e supomos que tenham sido usadas como prisões. E os cristãos deixaram ali os seus nomes escritos como testemunho», conta. Na Igreja Virgem Maria são visíveis os estragos. As paredes praticamente desapareceram, assim como todas as imagens religiosas.

O Pe. Luis Montes na Igreja Virgem Maria, em Mossul.
O Pe. Luis Montes diz ter sido «doloroso» ver «lugares santos profanados». Mas ao mesmo tempo sente orgulho pelo trabalho que faz e pelo povo que sofre esta perseguição. «Se há dor por ver estes ataques tão injustos, por outro lado, existe o lindíssimo orgulho de saber que estamos a servir um povo perseguido.»
Texto: Cláudia Sebastião
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