O sacerdote jesuíta António Vaz Pinto faleceu hoje aos 80 anos de idade, na sequência de doença prolongada, informou a Companhia de Jesus em Portugal. O religioso esteve na fundação do Banco Alimentar contra a Fome, do Centro S. Cirilo no Porto para apoio a refugiados, foi alto-comissário para as Migrações e Minorias Étnicas e esteve ligado à criação dos ‘Leigos para o Desenvolvimento’, uma ONGD de voluntariado missionário.
Em nota, os Jesuítas portugueses realçam que o falecido sacerdote «foi responsável pela criação e implementação de várias obras da Companhia de grande impacto apostólica».
Em vida, o sacerdote sempre se mostrou uma pessoa firme no seu caminho de fé, como revelava numa entrevista à revista Síntese em 2018. «Eu não me compreendo na minha vida sem a Fé», afirmava o sacerdote na altura.
Sobre a Fé, dizia que se «aprende». «A Fé pode ser como uma pessoa que nasce muito rica, mas se não tratar dos seus bens pode ficar na miséria», defendia, numa entrevista que pode recordar
aqui.
Dias antes do seu aniversário (2 de junho), numa entrevista profunda que deu ao Ponto SJ, o P. António Vaz Pinto manifestava a sua energia contagiante e inspiradora, e confessava-se totalmente preparado para morrer. «Se morrer daqui até aos 80 anos, ou logo a seguir, levo desta vida uma vida que valeu a pena viver, com muita alegria e muitos amigos. Estou muito grato a Deus pela vida que me deu».
No final desta entrevista, que pode ser recordada
aqui, o sacerdote jesuíta manifestava também a sua «ótima relação com a morte», que, disse, nunca o «assustou». «A morte é a porta da ressurreição. Por isso, se me disserem que eu vou morrer amanhã, não me afeta nada, não preciso de mais de um quarto de hora. É só mudar de casa».
Nascido em Arouca a 2 de junho de 1942, António Vaz Pinto entrou para a Companhia de Jesus em 1965; foi ordenado padre em 1974, «tendo dedicado grande parte da sua vida à formação cristã e espiritual dos universitários e ao acompanhamento de vários grupos».
Entre 1998 e 2005 foi assistente nacional da Comunidade de Vida Cristã (CVX) e, em 2008, foi nomeado diretor da Revista ‘Brotéria’; trabalhou também, durante vários anos, na Rádio Renascença, onde foi assistente entre 1984 e 1997, colaborando com vários órgãos de comunicação social.
A 30 de janeiro de 2006 foi distinguido pelo presidente da República, Jorge Sampaio, com o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
O sacerdote jesuíta faleceu, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde estava internado desde o dia 8 de junho, na sequência de um tumor pulmonar.
“Rezamos, comovidos e entristecidos, mas agradecidos e cheios de confiança, com a família do P. António, com os seus amigos pessoais e com a comunidade inaciana. Confiamos a vida do P. António nas mãos do Pai e contamos com a sua enérgica intercessão”, conclui a nota dos Jesuítas em Portugal.
A Companhia de Jesus divulgou entretanto os horários das exéquias, que serão os seguintes:
Sexta-feira, dia 1 de julho:
Missa de Ação de Graças, 19h, Igreja de São Roque, Lisboa
Sábado, dia 2 de julho:
Missa de Ação de Graças, 18h, Sé Nova, Coimbra
Missa de Ação de Graças, 19h, Igreja do Colégio São João de Brito, Lisboa
Domingo, dia 3 de julho:
Missa de Ação de Graças, 12h15h em Nossa Senhora de Fátima e às 19H em Cedofeita, Porto.
Missa de Ação de Graças, 19h30, Igreja de Nossa Senhora do Carmo, Évora
Missa de Corpo Presente, 21h30, Igreja do Colégio São João de Brito, Lisboa
Segunda-feira, dia 4 de julho:
Missa de Exéquias, 10h, Igreja do Colégio São João de Brito, Lisboa
Funeral no Cemitério do Lumiar, Lisboa
Texto: Ricardo Perna
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