As bermas e passeios das ruas na zona de Monte Real encheram-se de pessoas para ver e se despedir do Papa Francisco.
Rute Pinho veio ver o Papa Francisco à Base Aérea de Monte Real. Trouxe a mãe e os três filhos. «Vim de Leiria e quis vir ver o Papa e desafiei a minha mãe», conta.


Ao lado, Cesaltina foi das primeiras a chegar. Queria ficar o mais perto possível e conseguiu. Estava mesmo junto à entrada da área militar. «Cheguei às 10h30. Não almocei, só tomei o pequeno-almoço», conta. Cesaltina é da Vieira, perto de Monte Real e confessa que «adoro o Papa e ontem estive atrás da Capela da Base. Estive lá seis horas e ainda consegui ver um bocadinho da cabeça dele. Foi emocionante.»



Ao lado de Cesaltina está Lurdes Guerra. Também ela está lá desde cedo. «Faço de boba para animar a malta e vou dizendo umas piadas e maluqueiras», diz. Veio da Marinha Grande para ver o Papa partir para o Vaticano.

Na sexta-feira, Lurdes ficou a ver pela televisão. É da Marinha Grande e este sábado decidiu vir ao encontro do Papa. «Estou com esperança que ele venha de papamóvel para a gente o ver. Era um grande desejo que tinha de ver o Papa», confessa. Um desejo partilhado por muitos. Por todo o lado correm várias versões. Inicialmente, a própria diocese e Santuário de Fátima falaram na possibilidade de o Papa fazer a viagem entre a saída da autoestrada e a Base Aérea em carro aberto. Lurdes “pica” Francisco para falar. Ele veio de Lisboa de propósito para ver o Papa. «Agora está aqui e logo vai para o Marquês comemorar», diz Lurdes a brincar. Mas Francisco responde de imediato e com um sorriso: «É melhor não falar disso que eu sou leão de clube e de signo.»
Francisco Santos também gostaria que o Papa passasse junto de si de papamóvel. Desde as 9h30 que está junto à entrada da Base Aérea. «Não podia perder esta oportunidade porque é uma oportunidade única. Foi uma vontade muito grande que eu tinha.» E se o Papa vier num carro fechado? «Vale sempre a pena ter vindo, mesmo que não o veja», responde.

Afinal, o Papa veio de carro fechado, mas de vidro aberto saudou os populares que o esperaram durante muitas horas. Houve quem atirasse pétalas de rosa, e muitos acenaram com lenços brancos. «Viva o Papa» e aplausos ouviu-se à passagem do carro. Dentro da Base, despediu-se do Presidente da República e Primeiro-Ministro. Abandonou Portugal depois da hora prevista, deixando muitos com pena de não o terem visto no papamóvel.