A Mundos de Vida é uma instituição dedicada a encontrar famílias de acolhimento para crianças e jovens institucionalizados. Atua nos distritos de Braga e do Porto, com duas equipas compostas por um «assistente social, uma psicóloga e uma educadora social», como nos explica Luís Nascimento, assistente social da instituição.

A primeira fase do trabalho é captar famílias. «Nós fazemos um trabalho de sensibilização inicial que passa por realizar uma campanha nos concelhos de abrangência nos quais estamos protocolados com a Segurança Social. Entendemos que as campanhas são primordiais porque sem elas não conseguimos captar famílias. É preciso sensibilizar as pessoas para esta medida, que está pouco difundida no nosso país», explica o assistente social. E «todas as crianças têm direito a ter uma família».
Depois do trabalho de sensibilização inicial, as famílias são convidadas para um encontro formativo «quer individual, quer em grupo, para as pessoas poderem decidir se querem ser família de acolhimento ou não. Isto acaba por ser já uma triagem». Se decidirem, candidatam-se e a equipa «faz uma avaliação dessa família que inclui algumas entrevistas, uma entrevista social, psicológica, visitas domiciliárias e outras entrevistas complementares.»
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O acolhimento familiar implica uma mudança e, por isso, a Mundos de Vida aposta na formação das famílias, para que saibam dar resposta à nova realidade com que se vão deparar. «As várias fases do acolhimento são preparadas», indica Luís e, finalmente «há uma entrevista de confirmação» para garantirmos que «a família pode integrar a nossa bolsa de famílias».
Quando surge um pedido das entidades competentes, «dentro da nossa bolsa de famílias vamos tentar encontrar a que poderá dar melhor resposta à situação em concreta» e que melhor possa servir os interesses da criança. Selecionamos «a família para a criança», esclarece Marisa Regada, psicóloga da Mundos de Vida; «cada família tem um perfil de criança ou crianças que pode acolher».
Quando uma criança é acolhida, a família mantém o apoio da instituição, não só para as situações do dia-a-dia, mas também ao nível da formação, esclarecimento de dúvidas, acompanhamento psicológico, etc.
Ao mesmo tempo que é feito o acompanhamento à criança e à família de acolhimento, também se trabalha com a família biológica, sendo que o primeiro objetivo é sempre o de tentar permitir o regresso da criança à família biológica. «É traçado um plano de intervenção com os pais, desde a procura ativa de emprego, habitação, vamos ajudando e dando orientações, articulando com todas as instituições que podem ajudar os pais», descreve a psicóloga, com o objetivo de ajudar os pais «a melhorar as suas competências pessoais e parentais, porque o pressuposto do
acolhimento familiar é o regresso da criança ao seu meio natural de vida», conclui Luís Nascimento.
Texto: Rita Bruno
Foto: Rita Bruno
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