A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNPJ) emitiu sobre a «relevância da “honestidade”» intitulada «Para mudar o final». Sem referir nomes ou casos, o texto refere que «nestes últimos tempos, nas circunstâncias mais diversas, têm vindo a ser notícia diferentes factos relativos a pessoas e a instituições que, direta ou indiretamente, evocam a questão da honestidade». Por isso, a Comissão Nacional Justiça e Paz alerta «para o facto de que quem sofre com a desonestidade instalada, aos mais diversos níveis, são sempre os pobres».
Olhando para o passado, a nota admite que o passado não se pode mudar, mas avisa que «não nos podemos resignar!». A CNPJ desafia todos a considerar a honestidade como «a qualidade primeira das nossas relações fraternas» e «material imprescindível na construção de um mundo mais justo e mais fraterno».
Para isso, explica o que considera ser a honestidade: «diz respeito à capacidade de responder pessoalmente pelo bem e pelo mal, enquanto eles dependem de nós, conhecemos as pessoas pelo que são capazes de compreender e de querer – livres no decidir e conscientes no agir – com as consequências que as suas atitudes comportam».
A CNPJ defende que «não é nada de longínquo ou de inacessível» e, por isso, lamenta «como culturalmente parece ter-se instalado um sentimento generalizado de complacência» com a desonestidade. «Pode até chegar-se a considerar “esperto” o mentiroso que não é apanhado.»
Por várias vezes, a nota apela à ação: «Não nos podemos resignar! Como se a desonestidade fosse uma fatalidade. Uma doença contagiosa para a qual não conhecêssemos ainda a terapêutica adequada. Tanto mais que nestes últimos tempos se tem vindo a confirmar o antigo adágio (recolhido pelos evangelhos sinópticos e colocado na boca de Jesus): “não há nada oculto que não venha a ser conhecido” (cf. Mc 4,22; Mt 10,26; Lc 8,17; 12,2).»
A nota nunca refere casos concretos, mas surge numa altura em que se conhecem cada vez mais casos de corrupção do mundo empresarial, à política e ao futebol.