O novo bispo do Porto teve hoje o seu primeiro encontro com os jornalistas. Depois da sua nomeação, D. Manuel Linda apareceu. Pretende ser um bispo do Porto «dialogante, afetivo e com otimismo», e foi isso que transmitiu aos jornalistas.

Uma das preocupações enunciadas é a luta contra a pobreza, nas «franjas que têm problemas de marginalidade». «Não é a estrutura religiosa que resolve isso de um momento para o outro, mas os padres, bispos e cristãos têm de estar na linha da frente da reinserção na sociedade em plenitude daqueles que possivelmente se afastaram ou foram afastados», pediu.
Por isso, pede que as estruturas educativas da Igreja deem resposta também neste campo. É preciso «minorar a pobreza com centros sociais e cantinas, e uma estrutura educativa que é importantíssima. Não vai lá só com dar a tigela da sopa, é todo um trabalho de personalização de quem está afastado», defendeu.
Diaconado permanente é para «valorizar»
O novo prelado não tem ainda data de tomada de posse, mas já sabe algumas das suas prioridades. Questionado sobre a questão do diaconado permanente na sua diocese, foi claro ao afirmar que pretende «valorizar» essa questão que «vai afligir o coração do bispo». «O diaconado permanente nesta fase é o parente pobre dos ministérios ordenados. Eu acredito no diaconado, mas é preciso vermos que o diaconado esteve suspenso na Igreja pelo menos 1500 anos. Voltar a recuperar o dinamismo que é inerente ao diaconado vai levar o seu tempo, mas tudo farei, e a diocese do Porto tem muitos diáconos, para valorizar esses diáconos permanentes», garantiu. O Porto tem cerca de uma centena de diáconos permanentes, e esta era uma questão querida já pelo bispo anterior, D. António Francisco dos Santos.
Quanto à possibilidade do diaconado permanente feminino, D. Manuel Linda aprova «a 200%» a medida do Papa Francisco de criar a comissão de estudo, pois acha que «vale a pena aprofundar, porque na Igreja não há questões tabu», mas deixa o aviso: «Não será uma coisa para aprofundar a partir de uma diocese, tem de ser a partir da Igreja universal enquanto tal, e o Papa já nomeou uma comissão para continuar esse estudo, que já vem de outros pontificados», referiu.
No final da conferência, pediu aos jornalistas que não dessem notícias sem ouvir o lado da Igreja, e garantiu disponibilidade para «ajudar a entender» o que for necessário.
Texto e foto: Ricardo Perna
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