Mais de 65 milhões de pessoas tiveram de abandonar as suas casas por causa de guerras ou perseguições, em 2015. Se fossem um país, seriam a 21.ª maior nação do mundo.
Um relatório divulgado pelo Alto-Comissariado para os Refugiados revela que o número de refugiados é o mais alto desde que este organismo faz contagens. Intitulado Global Trends, o documento revela que a cada minuto do ano passado, 24 pessoas foram forçadas a fugir. É um número quatro vezes superior ao verificado há uma década. Em 2015, houve 65,3 milhões de pessoas tiveram de abandonar as suas casas, quase 6 milhões a mais do que em 2014.
Filippo Grandi, Alto-Comissário para os Refugiados, alerta para que «no mar, um número assustador de refugiados e migrantes morrem em cada ano; em terra, as pessoas que fogem da guerra encontram os caminhos bloqueados por fronteiras fechadas. Fechar fronteiras não resolve o problema».
O Alto-Comissariado lançou uma petição pedindo aos governos que assegurem educação para todas as crianças refugiadas, que cada família refugiada tenha um local seguro para viver e possa trabalhar ou formar-se para poder dar um contributo positivo na comunidade. Mais de 60 personalidades de todo o mundo associaram-se à campanha e à petição.
Em Portugal, Rui Marques, responsável da Plataforma de Apoio aos Refugiados, revela que com o programa PAR FAMÍLIAS «já acolhemos 28 famílias, que corresponde a 125 pessoas, das quais 66 são crianças». Na semana que agora se inicia, está prevista a chegada de mais 13 famílias. Rui Marques explica que «na sua maioria estes refugiados provêm da Síria, via Turquia/Grécia e estão localizados em várias comunidades espalhadas pelo país».