O bispo de Leiria-Fátima referiu hoje aos jornalistas que está muito confiante na visita do Papa Francisco a Portugal. «Fátima não se compreende sem o Papa, e o Papa Francisco não se compreende sem Fátima», disse D. António Marto, acrescentando que as referências do Papa a Fátima na última audiência geral não foram «coincidência». «A última referência do Papa a Fátima não foi por acaso, foi um registo de alguém que sabe do que fala, que conhece a realidade. São pequenos sinais que ele vai deixando para dizer que vem», acredita o prelado.

Antes desta pequena conversa com os jornalistas, durante a cerimónia de inauguração do Relógio do Centenário, que marca os dias que faltam para a celebração do Centenário das Aparições, D. Manuel Clemente já tinha afirmado aos jornalistas que «abrir o ano do centenário é uma responsabilidade». «Fátima é um grande mistério onde a história portuguesa se tem projetado e onde o futuro se prepara. É difícil entrar numa igreja em todo o mundo onde não esteja uma imagem de Nossa Senhora de Fátima, e isto vincula-nos ao mistério», considera o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).
O bispo de Leiria-Fátima tinha aproveitado também esta conferência de imprensa para saudar a forma efusiva como as comunidades de todo o país receberam a visita da Imagem Peregrina, que regressa ao Santuário amanhã, dia 13, onde será recebida pelo Cardeal-Patriarca. «A peregrinação teve a finalidade específica de envolver todo o povo católico na celebração do Centenário, para que não fosse apenas feito aqui, em círculo fechado. Foi um acontecimento envolvente: as multidões saíram à rua, acolheram a imagem com alegria, carinho e emoção, sabendo que era o símbolo da mãe que visita os filhos nos lugares onde moram e trabalham», disse o prelado de Leiria-Fátima.
Preocupação com segurança dos peregrinos a pé
O reitor do Santuário de Fátima, Pe. Carlos Cabecinhas, foi questionado sobre a questão da segurança dos peregrinos que se deslocam a pé para o santuário. Reforçando que o santuário «não tem nem pode ter qualquer ação no espaço dos municípios», o reitor disse que o santuário tem «trabalhado com todos os municípios e outras entidades interessadas em criar melhores condições de segurança para os peregrinos, com rotas alternativas às estradas principais ou com a criação de troços de segurança» nas principais vias utilizadas pelos peregrinos.
Quanto às condições para acolher os cerca de 30 mil peregrinos que vem a pé para Fátima, o Pe. Carlos Cabecinhas considera que são «a resposta possível, não a ideal», mas adianta que a ideal não faria sentido ter «para funcionar apenas uma vez por ano», em virtude dos custos. «Damos resposta eficaz à esmagadora maioria dos peregrinos que chegam aqui todos os anos, mesmo em condições adversas», considerou.
Texto e fotos: Ricardo Perna
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