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Papa diz que «experiência da doença» traz a «necessidade do outro»
10.02.2021
Celebra-se amanhã, dia 11 de fevereiro, o dia Mundial do Doente. Para assinalar o dia, como habitual, o Papa Francisco escreveu uma mensagem dirigida a todos os cristãos para reforçar a necessidade de «estabelecer um pacto entre as pessoas carecidas de cuidados e aqueles que as tratam». «Um pacto baseado na confiança e respeito mútuos, na sinceridade, na disponibilidade, de modo a superar toda e qualquer barreira defensiva, colocar no centro a dignidade da pessoa doente, tutelar o profissionalismo dos agentes de saúde e manter um bom relacionamento com as famílias dos doentes», escreve o Papa, na mensagem para o dia que se celebra no dia de Nossa Senhora de Lourdes.

foto de arquivo 
Nesta mensagem, o Papa não esquece os que foram afetados pela pandemia, que «colocou em evidência tantas insuficiências dos sistemas sanitários e carências na assistência às pessoas doentes». «Viu-se que, aos idosos, aos mais frágeis e vulneráveis, nem sempre é garantido o acesso aos cuidados médicos, ou não o é sempre de forma equitativa», acusou, lembrando que são decisões que dependem de «opções políticas».
 
Mas nem tudo foi mau nesta pandemia, e Francisco destaca «a dedicação e generosidade de profissionais de saúde, voluntários, trabalhadores e trabalhadoras, sacerdotes, religiosos e religiosas: com profissionalismo, abnegação, sentido de responsabilidade e amor ao próximo, ajudaram, trataram, confortaram e serviram tantos doentes e os seus familiares».
 
Para ajudar à reflexão neste dia, o Papa traz à luz a figura bíblica de Job que «cai num estado de abandono e confusão», mas que, «precisamente através desta fragilidade extrema, rejeitando toda a hipocrisia e escolhendo o caminho da sinceridade para com Deus e os outros, que faz chegar o seu grito instante a Deus, que acaba por responder abrindo-lhe um novo horizonte: confirma que o seu sofrimento não é uma punição nem um castigo, tal como não é distanciamento de Deus nem sinal de indiferença d’Ele».
 
Assim, afirma o Papa, é importante que todos sejam agentes de proximidade para quem está doente e a sofrer, e por isso o Papa fala na «importância da solidariedade fraterna, que se manifesta concretamente no serviço, podendo assumir formas muito diferentes mas todas elas tendentes a apoiar o próximo». Francisco fala nos benefícios da relação para o bom resultado de qualquer terapia, uma relação que «encontra uma fonte inesgotável de motivações e energias precisamente na caridade de Cristo, como demonstra o testemunho milenar de homens e mulheres que se santificaram servindo os enfermos». «Uma sociedade é tanto mais humana quanto melhor souber cuidar dos seus membros frágeis e atribulados e o fizer com uma eficiência animada por amor fraterno», conclui o Papa.
 
Missa em Fátima para assinalar o Dia Mundial do Doente
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) anunciou que irá ter lugar, no dia 11, uma celebração em Fátima presidida pela cardeal António Marto, sem presença de fiéis, mas que terá transmissões online nas páginas da Agência Ecclesia e do Santuário de Fátima, e nos meios de comunicação tradicionais, através da Rádio Renascença e do Canção Nova. «Os bispos portugueses consideram ser este o momento propício para prestar uma especial atenção às pessoas doentes, sobretudo neste momento de pandemia, e a todos aqueles que as acompanham, como salienta o Papa Francisco na Mensagem para o 29.º Dia Mundial do Doente», refere a nota enviada à Família Cristã.
 
Além da bênção dos doentes, o comunicado refere que «uma prece pelos profissionais de saúde e por todos os cuidadores formais e informais que neste contexto estão na linha da frente na luta contra a pandemia e no cuidado ao próximo».

 
Texto e foto: Ricardo Perna
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