O Vaticano anunciou hoje que o Papa Francisco vai visitar Moçambique, Madagáscar e Maurícias de 4 a 10 de setembro, com passagens pelas cidades de Maputo, Antananarivo e Port Louis.


Uma notícia que já se esperava, desde que começaram a circular rumores por entre o clero moçambicano, conforme relata à Família Cristã o Pe. Alberto Tchindemba, superior provincial dos padres espiritanos em Moçambique. «É uma notícia boa, mas que não é surpresa. Já sabíamos que o Papa tinha colocado essa possibilidade e há cerca de um mês que já sabíamos que ele viria, mas agora sim, é oficial», revela, em conversa telefónica a partir da cidade de Nampula.
 
A sala de imprensa da Santa Sé refere que o programa da viagem «vai ser publicada em tempo oportuno», pelo que não se conhecem ainda pormenores. No entanto, a possibilidade de a visita incluir uma passagem pela Beira, cidade que ficou destruída após a passagem do ciclone Idai, está no pensamento dos moçambicanos. «Não sei se ele virá à Beira, mas olhando para quem é não ficaria admirado se ele fosse à Beira, pois o seu estilo [de pontificado] é muito virado para os mais pobres», acredita o sacerdote.
 
O Papa Francisco, através do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Integral, determinou uma contribuição de 150 mil euros destinados a Moçambique, Zimbábue e Malauí (50 mil euros para cada um destes países do sudeste da África), fortemente atingidos pelo ciclone Idai. A ajuda servirá para socorrer as populações numa primeira fase de emergência.
 
O Pe. Alberto Tchindemba considera ainda que a presença do Papa poderá também servir como «alavanca para o desenvolvimento» da região após a tragédia. «A presença do Papa em determinado país é sempre uma alavanca para a reconstrução em todos os sentidos, materiais e espirituais. A sua visita seria uma mais-valia e daria uma grande força a todos nós, cristãos e não cristãos, pois os seus esforços de diálogo com outras religiões são reconhecidos por todos», defendeu.
 
O presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse que este é um «momento histórico». No dia 14 de setembro de 2018, o Papa recebeu Nyusi em audiência privada, sendo convidado a visitar o país lusófono em 2019. Francisco elogiou então o trabalho levado a cabo no país para manter a paz. «Temos de continuar a trabalhar como uma equipa», recomendou, citado pela Agência Ecclesia.
 
O Pe Alberto concorda que esta é uma visita que Moçambique já merecia. «Isto é bom para o país e para a Igreja. O país tem passado por situações difíceis como as calamidades, a corrupção. Os cristãos acham esta visita uma boa notícia, assim como toda a sociedade civil», conclui.