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Pela independência energética
31.03.2022
Neste ambiente de guerra que estamos a viver, para além de todos os prejuízos humanos e também materiais e económicos que a população da Ucrânia está a sofrer, o conflito terá ainda prejuízos dramáticos para a política global e de diversos países de combate às alterações climáticas, ao redirecionar recursos e ao espartilhar uma unidade diplomática absolutamente necessária. O ataque é uma violação do direito internacional e uma violação da Carta das Nações Unidas que exige que os Estados-Membros se abstenham do uso da força contra a integridade territorial e a independência política de qualquer Estado.

A invasão é não provocada e injustificada. Acreditando nós num mundo onde sociedades iguais, justas, pacíficas e democráticas possam prosperar, estamos chocados e entristecidos pelo impacto devastador da ação militar sobre as pessoas e o ambiente. Estamos solidários com todas as pessoas que vivem na Ucrânia e todas as pessoas afetadas pelo conflito. Esta é a crise mais grave que a Europa enfrenta desde o fim da Guerra Fria ou mesmo 1945. O conflito na Ucrânia está intimamente ligado à dependência da União Europeia das importações de combustíveis fósseis. Mais de 40% do gás e cerca de 30% das importações de petróleo bruto vêm da Rússia. Do lado russo, petróleo e gás fornecem cerca de 40% da receita do orçamento federal e 60% das exportações. A indústria russa de combustíveis fósseis é um importante fornecedor do orçamento militar da Federação e alimentou não apenas esta guerra, mas também conflitos na Geórgia e na Síria. A crise sublinha a necessidade urgente da Europa acelerar a transição para fontes de energia autossuficientes e renováveis e reduzir as suas necessidades energéticas através de investimentos maciços na restauração de edifícios, medidas de eficiência energética, infraestruturas de transportes públicos e ativos, esforços de economia circular e soluções centradas no princípio da suficiência.

Grande parte da população mundial está já enfraquecida pelos impactos das alterações climáticas, a pandemia da COVID-19 e as guerras em curso. Não queremos que outro conflito armado traga mais instabilidade e perda de vidas. Os combustíveis fósseis e os impactos das alterações climáticas exacerbam os conflitos, levando as pessoas mais vulneráveis a sofrer ainda mais. As sociedades com energia renovável acessível a todos não apenas ajudarão a enfrentar a crise climática, mas também garantirão a segurança energética, sendo o melhor seguro contra futuros aumentos dos preços da energia para proteger os mais vulneráveis. Uma transição para um sistema de energia 100% renovável é também uma transição para sociedades mais pacíficas.