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Refugiados: Portugal esgota capacidade de acolhimento
15.09.2016
No final de outubro pode já não haver alojamentos para acolher refugiados. A Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR) prevê que dentro de um mês a capacidade esteja esgotada.



À FAMÍLIA CRISTÃ, Rui Marques explica que «a PAR tem cerca de 700 lugares disponíveis que se esgotam no fim de outubro com o ritmo de chegadas de refugiados que temos». O responsável pela Plataforma diz ter esperança que até lá mais ofertas surjam. A campanha para sensibilizar instituições que possam disponibilizar espaços de acolhimento para refugiados continua.
Rui Marques deixa um desafio especial às paróquias e instituições religiosas: «O Papa vem a Fátima. Ele pediu, e deu o exemplo, que cada paróquia acolhesse uma família de refugiados. Se algum presente ele gostaria de receber em Portugal certamente seria este.»

Em declarações à FAMÍLIA CRISTÃ, à margem do XXX Encontro Nacional da Pastoral Social, D. Jorge Ortiga reconheceu a falta de empenho das paróquias no acolhimento de refugiados. O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana defende que «ainda não foi devidamente apresentado inclusivamente aos padres e aos párocos». D. Jorge Ortiga considera «urgente trazer novamente isto para a nossa agenda e fazer surgir reflexão e ver isto como um programa a que temos de responder». Admitindo que há medos que podem dificultar o acolhimento de refugiados, o bispo pede às paróquias e instituições «que não tenham medo, que entendam que é um dever acolher os refugiados».

Durante o encontro, o Padre José Manuel Pereira de Almeida, secretário da Comissão Episcopal da Pastoral e Mobilidade Humana, desafiou as instituições da Igreja a disponibilizar espaços. À FAMÍLIA CRISTÃ, o pároco de Santa Isabel, em Lisboa, contou a experiência da sua própria paróquia. «Recebemos esta semana uma família de refugiados. Chegaram no dia 13 de setembro e estamos muito felizes. Pode trazer muita alegria pela partilha e pelo acolhimento.»

As instituições interessadas podem inscrever-se no sítio na internet da PAR. Rui Marques explica que «uma instituição anfitriã se disponibiliza para cuidar do alojamento e integração de uma família». Na prática, isso inclui uma casa e apoio à integração na escola, no serviço nacional de saúde, no mercado de trabalho. As instituições têm apoio do Estado e de fundos europeus.
 
Texto: Cláudia Sebastião e Ricardo Perna
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