Rita Valadas é a nova presidente da Cáritas Portuguesa, sucedendo a Eugénio da Fonseca, que assumiu o cargo durante sete mandatos. A Conferência Episcopal anunciou a nomeação de Rita Valadas em comunicado divulgado após a conclusão da Assembleia Plenária que decorreu em Fátima.

Em declarações à Agência Ecclesia, a presidente da Cáritas nomeada pela Conferência Episcopal Portuguesa disse que recebeu o pedido do episcopado «como uma missão de muita responsabilidade», que encara como um «serviço às Cáritas Diocesanas».
Para Rita Valadas, ser presidente da Cáritas no contexto da atual pandemia é um trabalho com um desafio acrescido, por não conseguir «chegar tão perto» das pessoas como gostariam. «O maior benefício da Cáritas em Portugal é chegar muito perto das pessoas e agora não o podemos fazer. Mas equacionaremos todas as hipóteses e soluções em possamos servir quem precisa», afirmou Rita Valadas.
A nova presidente da Cáritas Portuguesa, Rita Valadas, é licenciada em Política Social e já integrou a direção da instituição católica. Integrou ainda o Departamento de Ação Social na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
Os bispos católicos aprovaram um voto de louvor ao presidente cessante da Direção da Caritas Portuguesa, manifestando «vivo reconhecimento pelo serviço que prestou, com muita dedicação, durante sete mandatos».
Em declarações à Agência ECCLESIA, Eugénio Fonseca disse que o trabalho na direção da Cáritas correspondeu a um tempo de «grandes desafios», «desilusões» e de consolidação do trabalho da Cáritas em Portugal. «Foram tempos de grandes desafios, em que alimentei esperanças e também tive desilusões, fui capaz de suscitar muitas vontades e também algumas inércias. Houve um caminho que foi feito, a Cáritas é conhecida em Portugal, não por ser uma instituição das melhores mas pelo trabalho bem feito e de resposta às necessidades de cada tempo», afirmou.
Eugénio Fonseca desejou as «maiores felicidades» à nova presidente da Cáritas, recordando que já fez parte de uma direção da Cáritas num dos mandatos a que presidiu. «A Cáritas não é uma pessoa, nem nós somos a Cáritas. Nós estamos ao serviço da Cárias. E a Cáritas está em perfeitas continuar o trabalho de ajudar, como sempre ajudou, nestas situações», sublinhou.
Campanha 10 milhões de estrelas de volta
Foi lançada a 15 de novembro a edição de 2020 da campanha 10 Milhões de Estrelas - um Gesto pela Paz, a campanha anual da Cáritas, que se prolonga até meados de janeiro. «Todos aqueles que se quiserem juntar à Cáritas e contribuírem para combater a pobreza mais agressiva em Portugal, poderão fazê-lo de forma simbólica através da aquisição de uma “estrela”, nas Cáritas diocesanas, paróquias aderentes, nas lojas Pingo Doce em todo o país, ou adquirindo online através do portal “Compra Solidária - comprasolidaria.pt”», pode ler-se no comunicado enviado à Família Cristã.
Cada vela tem um custo mínimo de 2€, e as verbas angariada ajudarão a materializar as ações da rede nacional Cáritas, que são um «contributo coletivo para um mundo melhor», refere o comunicado.

Ao contrário dos anos anteriores, e em função das pandemia e das situações de carência que aumentaram, não haverá nenhuma verba canalizada para projetos humanitários internacionais. «Foi decisão da Cáritas Portuguesa, perante a emergência que o país enfrenta, canalizar a totalidade das verbas angariadas para apoiar as famílias que, em Portugal, vivem situações de fragilidade», diz a Cáritas no seu comunicado.
Entre abril e outubro de 2020, a Cáritas Portuguesa apoiou, no âmbito da sua específica campanha “Inverter a curva da pobreza”, perto de mais «6.000 pessoas em dificuldades devido à Covid-19», para além de todas as que já apoiava antes da pandemia.
Texto: Ricardo Perna
Foto: Cáritas
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