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Sínodo de Lisboa: o «sonho missionário de chegar a todos» começa hoje
30.11.2016
O Patriarcado de Lisboa publicou a segunda versão do documento de trabalho do Sínodo Diocesano, cuja assembleia conclusiva vai decorrer desde hoje, 30 de novembro, a 4 de dezembro, no Centro Diocesano de Espiritualidade, no Turcifal, Torres Vedras.

«A caminhada sinodal parece apontar alguns caminhos de renovação eclesial que se centram nas seguintes opções fundamentais - missionária e evangelizadora; comunitária; iniciática; familiar e vocacional - cujas ações de concretização apenas se apontam como pistas de ulterior reflexão», explica o documento, disponível na internet, citado pela Agência Ecclesia.
 
O Sínodo de Lisboa tem como lema ‘O sonho missionário de chegar a todos’; a segunda versão do documento de trabalho e recolhe contributos «procura sistematizar» a reflexão diocesana, feita desde setembro de 2014.
 
Em declarações à Renascença, D. Manuel Clemente, Cardeal-Patriarca de Lisboa, afirmou que «esta caminhada começou há dois anos e tal e vai prolongar-se, porque depois é preciso que as comunidades cristãs recebam esse decreto sinodal, o façam seu e o apliquem».
 
A assembleia vai ser composta por 137 participantes, entre leigos, clérigos e religiosos, que vão analisar o documento de trabalho, que resultou da reflexão que teve com base a Exortação Apostólica 'A Alegria do Evangelho', do Papa Francisco, entre 30 de novembro e 4 de dezembro.
 
O documento de trabalho que foi entregue aos membros do sínodo este domingo está dividido em três áreas temáticas e começa por «escutar o mundo», que hoje se mostra «crescentemente heterogéneo e complexo», e a «olhar a Igreja», para as suas práticas e estruturas, formas de presença e linguagens, para os «seus limites e potencialidades».
 
No mundo atual foram encontrados «notáveis sinais de esperança» mas também «sinais de alerta» como «o crescente individualismo» com efeitos em diversos domínios da vida: «Erosão da noção de bem comum; desconfiança face a instituições e indivíduos; desequilibrada procura de bem-estar; competitividade social e económica».
 
Quanto ao olhar sobre si mesma, a Igreja Católica em Lisboa encontra «várias expressões» de ‘crise de compromisso comunitário’ e problemas na própria organização e ação eclesiais, como «descoordenação pastoral e multiplicação de propostas»; «tendência para privilegiar o particular e o imediato; resistência em sair de rotinas; várias lacunas de formação entre os agentes pastorais.»
 
No segundo ponto, sobre ‘critérios para a ação eclesial’, são apresentados oito critérios de discernimento e ação eclesiais a partir da exortação do Papa Francisco ‘Evangelii Gaudium’, das indicações do cardeal-patriarca D. Manuel Clemente e dos contributos dos que prepararam o sínodo: «Tempo; unidade; realidade; totalidade; autenticidade; inclusão; familiar; qualidade e beleza.»
 
O último tema do documento de trabalho reflete sobre a conversão pastoral e missionária da Igreja que implica, por exemplo, uma «maior dedicação e competência dos seus agentes pastorais».

 
O Sínodo acontece no contexto dos 300 anos da qualificação patriarcal da diocese e após 376 anos (1640) da realização do último Sínodo Diocesano em Lisboa.
 
Terminada a Assembleia Sinodal, «o Cardeal Patriarca de Lisboa vai elaborar um documento que apresentará as linhas orientadoras para a ação pastoral da Igreja de Lisboa para os próximos anos».
 
Segundo a Renascença, a apresentação oficial deste documento, que marcará o encerramento do Sínodo Diocesano, realiza-se no dia 8 de Dezembro, às 15h30, durante a celebração solenidade da Imaculada Conceição, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, numa celebração com ordenações diaconais.
 
Texto: Ricardo Perna
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