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Síria: «Inferno» em Damasco
23.02.2018
A irmã Annie Demerjian, responsável pelo acompanhamento de projetos de ajuda humanitária da Fundação AIS na Síria, fala de dias de «inferno» para descrever o que se tem vivido na região de Damasco. A situação é particularmente difícil na zona leste de Ghouta onde, nos últimos dias, terão perdido a vida mais de 250 pessoas. Nesse dia, a UNICEF divulgou uma folha em branco como comunicado escrevendo apenas: «Nenhuma palavra fará justiça às crianças mortas, suas mães, seus pais e seus entes queridos.»


Na terça-feira, esta irmã e os seus alunos conseguiram salvar-se quando bombas atingiram uma zona do convento no Bairro de Bab Touma, na chamada “cidade velha”. «Choviam bombas. Eram tantos os feridos…», diz numa mensagem enviada à Fundação AIS. A religiosa conta um cenário de confusão com «pessoas a correr». «Um morteiro caiu no telhado do Patriarcado, perto de nós», mas «felizmente não explodiu, pois, caso contrário, poderíamos ter morrido».

Apesar da guerra e dos bombardeamentos, a Irmã Annie Demerjian afirma: «Temos de ir em frente. A vida é mais forte do que a morte. Não sabemos quanto tempo esta violência vai continuar, mas não pode durar para sempre. O Senhor tem sido bom para connosco. Até agora nenhuma religiosa da nossa congregação ficou ferida, mas muitas outras pessoas têm sofrido. Para nós, o único caminho é a oração.»
Ir. Myri
A religiosa pede as orações dos cristãos do mundo inteiro para quee a guerra termine na Síria. «Por favor, rezem por nós. O único caminho é a oração.» Também na semana passada a irmã Myri, portuguesa a viver no Mosteiro de São Tiago Mutilado, em Qara, enviou uma mensagem à Fundação AIS dando conta de ataques contra bairros cristãos na capital da Síria. A irmã da Congregação das Monjas da Unidade de Antioquia afirmava que «os jihadistas lançam roquetes, e bombardeamentos sobre os vários bairros».

Este sábado, a Fundação AIS promove uma campanha internacional com o título «Combater a indiferença». O objetivo é lembrar os cristãos perseguidos. Serão iluminados de vermelho, cor do sangue e dos mártires, o Santuário do Cristo Rei, em Almada, o a Basílica dos Congregados, em Braga, Coliseu de Roma, a catedral maronita de Santo Elias, em Alepo, na Síria, e a Igreja de São Paulo, em Mossul, no Iraque. A Fundação AIS convida todos os crentes a unirem-se à jornada de oração.
Texto: Cláudia Sebastião
Fotos: UNICEF/Zayat, Ricardo Perna e Fundação AIS
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