A empresa stock-off já não tem à venda, no seu site, colchões abençoados. A empresa decidiu retirar o item de venda depois da
reportagem da FAMÍLIA CRISTÃ.
Em declarações à nossa revista por telefone, a empresa afirmou que não tinha «conhecimento de que não era possível fazer a venda de artigos benzidos». «Tentámos contactar o mosteiro de Singeverga, e estamos a aguardar uma reunião para verificar se junto da paróquia havia a possibilidade de tratarmos dessa situação, de os colchões serem benzidos, mas até agora não tivemos qualquer tipo de contacto», disse a empresa, quando questionado pela FAMÍLIA CRISTÃ.
Mesmo sem contacto, decidiram avançar para a venda online do produto, há já «algum tempo». «A administração achou por bem colocar na mesma o artigo
online, para verificarmos a reação dos consumidores, até porque colocamos que parte do valor reverte a favor da paróquia, mas ainda não fizemos qualquer venda de colchões benzidos», assegurou fonte da empresa.
A história, recorde-se, era simples: a empresa propunha-se vender colchões que seriam abençoados em missas campais, na zona de Santo Tirso, e depois entregá-los aos clientes, garantindo que 10% da venda revertia a favor da Igreja Católica.
A situação podia consistir num crime de burla, já que a bênção de colchões é proibida pela Igreja Católica, assim como o aceitar dinheiro como pagamento por bênçãos, o que levou a diocese do Porto e de Braga a
lamentarem a situação e a ameaçarem com processos legais se a empresa avançasse com a venda deste produto, razão pela qual a empresa garantiu à FAMÍLIA CRISTÃ que iria retirar o objeto de imediato do seu catálogo online. «Se as dioceses do Porto e Braga consideram que estamos a prejudicar a imagem da Igreja, iremos retirar o artigo de venda», disseram.
Reafirmando que colocaram o item à venda «com toda a boa intenção, para doarmos o dinheiro e ajudarmos as paróquias», a empresa refere que, como não chegaram a fazer nenhuma venda, «não enganámos ninguém», e que portanto estarão a salvo de ações legais, embora reconheçam que esta situação os «possa prejudicar um bocadinho».
Texto: Ricardo Perna
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