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Um Sínodo onde há «vontade genuína de ouvir os jovens»
18.03.2018
O terceiro dos representantes jovens à assembleia pré-sinodal é Tomás Virtuoso, que foi incumbido de representar nesta assembleia que irá decorrer de amanhã, dia 19, até dia 24 de março no Vaticano, as Equipas de Jovens de Nossa Senhora (EJNS). Não vai em representação apenas de jovens portugueses, mas sim de jovens de todo o mundo.


Ao «grande peso de responsabilidade por ir representar as equipas de jovens de nossa senhora no mundo inteiro, de ser capaz de transmitir a opinião que jovens tão diferentes do mundo inteiro têm sobre estes temas», junta a «dimensão» pessoal de «oportunidade e privilégio» de «estar no centro da Igreja no momento em que a Igreja para para ouvir os jovens, em que no fundo diz que quer que os jovens tenham uma voz mais clara que nunca», declara, em conversa com a Família Cristã antes da sua partida para Roma.
 
Nesta semana, que terá o seu início já amanhã, segunda-feira, com uma assembleia geral dos cerca de 350 jovens de todo o mundo que será presidida pelo Papa Francisco e onde o Santo Padre irá discursar e ouvir alguns testemunhos de jovens de viva voz, Tomás Virtuoso espera também ouvir e partilhar ideias. «Espero uma discussão proveitosa e plural. Ter jovens de todos os continentes é uma grande diversidade e pluralidade, mas espero também um grande sentimento de unidade à volta do Papa, à volta da Igreja, daquilo que é o fundamental que nos une a todos», diz.
 
Tomás destaca uma familiaridade com o Papa, que lhe traz uma emoção especial por participar neste evento. «Eu tenho esta sensação do Papa como um pai, ou um avô. Alguém muito próximo, quase como se ele fosse parte da família, pelo que é um sentimento de grande expetativa de poder estar com alguém que é o líder espiritual da nossa religião, mas, mais que isso, é um pai na fé, e poder estar ali com ele olhos nos olhos há-de ser um momento muito emocionante, de voltar a renovar este compromisso de estarmos ao serviço do Papa», afirma.
 
O andamento dos trabalhos será num ritmo muito semelhante aos sínodos dos bispos: Depois dos plenários iniciais, os jovens serão divididos por grupos linguísticos, a fim de poderem fazer um trabalho de reflexão sobre os «desafios e oportunidades do mundo de hoje», ao que se seguirá uma reflexão sobre «fé e vocação, discernimento e acompanhamento», e finalmente a «ação educativa e pastoral da Igreja». Depois disto, as conclusões serão apresentadas a um Grupo de Trabalho que irá elaborar o documento final, que será depois aprovados por todos os grupos linguísticos e, no final, apresentado ao Papa e a toda a Igreja.
 
No final, Tomás acredita que o trabalho que farão aqui terá impacto no sínodo dos bispos que acontecerá em Outubro. «Acredito que sim. Há uma vontade genuína de ouvir os jovens e dar espaço para que eles contribuam para os caminhos que a Igreja vai tomando», sustenta.
 
Para além disso, destaca o facto de os jovens não estarem a ser deixados sozinhos neste processo sinodal, e de haver uma complementaridade entre os mais novos, os jovens, e os mais experientes, «a estrutura do Papa, cardeais e padres sinodais». «Há uma coisa que não deixo de notar, e que é muito engraçada, que é o facto de neste mundo e em todo este percurso sinodal não houve aquela ideia de “ok, agora vamos deixar os jovens fazer as coisas, em auto-gestão”, como se fossem os únicos a perceber o que é que a juventude precisa. Há uma estrutura de pessoas que acompanha e dá esta dimensão de não se fazer algo para os jovens em que se ignora o passado, a tradição, aqueles que têm mais experiência e memória, e isso é algo que é uma grande missão. Dar espaço aos jovens não é anular a importância que a memória e o passado têm de ter também», conclui.
 
Texto: Ricardo Perna
Foto: Agência Ecclesia
 
A Família Cristã vai estar em Roma a acompanhar todos os momentos desta reunião pré-sinodal do Papa com jovens de todo o mundo. Acompanhe tudo na seção especial do nosso site em http://familiacrista.paulus.pt/sinodo-dos-jovens.
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