Precisa de ajuda?
Faça aqui a sua pesquisa
«Uma Igreja não se faz sem as famílias cristãs»
02.09.2018
O novo arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho, falou, numa entrevista que poderá ler na edição de setembro da revista Família Cristã, no que significa regressar a Évora, arquidiocese onde esteve vários anos como sacerdote.


O agora arcebispo fala de uma «sensação de gratidão» ao Papa Francisco e, ao mesmo tempo, um «desafio muito grande». D. Francisco quer «construir a Igreja para um tempo novo, uma Igreja com muita experiência histórica, e uma Igreja com uma dimensão comprovada de presença».
 
O novo arcebispo, que vai receber o pálio das mãos do núncio apostólico, D. Rino Passigato, quer deixar uma “pegada laical” em Évora. «É a consciência de que uma Igreja não se faz sem as famílias cristãs. É curioso que, se olharmos para o mundo, verificamos que a Igreja está em crescimento em partes da Humanidade em que não há uma abundância de sacerdotes e de religiosos ou religiosas. A Igreja cresce mais precisamente onde os cristãos, os leigos e as famílias assumem a sua dimensão.
 
A arquidiocese enfrenta não apenas o problema da desertificação populacional, que «exige de nós uma relação muito atenta aos jovens que temos no Alentejo» e, «ao mesmo tempo, uma atenção cuidada à proximidade com os mais idosos», mas também de um claro envelhecido e muitas vezes isolado. Nesse sentido, D. Senra Coelho mostra-se favorável à criação de comunidades sacerdotais de padres diocesanos. «Viver em comunidade num sentido de se apoiarem, rezarem, compartilharem o dia-a-dia da pastoral, a todos os níveis, é louvável. Essa é uma experiência longa da Igreja», afirma, apesar de defender que, no que diz respeito às unidades pastorais, projeto já em implementação na arquidiocese, ainda há muito a fazer. «Ainda há uma dimensão muito estanque, um olhar profundo para si próprio e uma dificuldade em acolher a dádiva que vem de fora, ou em partilhar com quem vem de fora. A diocese está desenhada com as unidades pastorais, mas a consciência da comparticipação de todos e da comunhão tem de fazer um percurso ainda muito longo de maturação», defende na entrevista.
 
No que diz respeito às prioridades para a arquidiocese, o novo arcebispo anuncia que manterá o tema já escolhido para o ano pastoral, um «ano missionário», e que se vai inserir numa «Igreja em caminhada», mas explica depois as prioridades a curto prazo. «Sinto o apelo de me aproximar de cada sacerdote e de o rever, porque todos ou quase todos foram meus colegas de presbitério e meus alunos, e quero estar com eles na mais fraterna atitude de compartilhar a alegria do Evangelho, a alegria da esperança, a alegria do nosso ministério. Queria também estar perto e conviver com todos os institutos religiosos masculinos e femininos, e sinto um apelo interior a visitar os santuários da arquidiocese, a renovar a consagração, a confiança de cada cristão da arquidiocese a Nossa Senhora, e por Maria a Jesus», sustenta.
 
Finalmente, D. Senra Coelho mostra-se em «sintonia» com o Papa Francisco em todos os assuntos, explicando que o Papa «está preocupado com a renovação do episcopado na Europa, em Portugal e no mundo», daí as nomeações de bispos mais novos que têm acontecido em Portugal. «Nós, os [bispos] mais novos, temos de abrir o nosso coração à experiência e à partilha de caminhos feitos, e a Igreja precisa do dinamismo e da vitalidade dos jovens. Se é assim para todos os ministérios, também é assim para o episcopado».
 
A totalidade da entrevista pode ser lida na edição de setembro da Família Cristã.
 
Entrevista e fotos: Ricardo Perna
Continuar a ler