A Organização das Nações Unidas para a Infância precisa de 3,6 mil milhões de dólares. Este é o valor necessário para dar assistência humanitária a 48 milhões de crianças em 51 países este ano. Em comunicado, a Unicef revela que «84 por cento do total do montante do apelo se destina a crianças de países afetados pela violência e conflito». A maior parte do apelo é dirigido a crianças e famílias afetadas pelo conflito da Síria, quase a entrar no oitavo ano.
Manuel Fontaine, Diretor de Programas de Emergência, defende que «as crianças e os jovens não podem simplesmente ficar à espera que as guerras findem, com crises que ameaçam a uma escala catastrófica a sua sobrevivência imediata e futura». Este responsável afirma que os mais novos são os «mais vulneráveis quando o conflito ou o desastre provocam o colapso dos serviços essenciais, como de saúde, água e saneamento». Daí o apelo: «A menos que a comunidade internacional tome medidas urgentes para proteger e prestar assistência vital a estas crianças, elas enfrentarão um futuro cada vez mais sombrio.»
Segundo a Unicef, países com conflitos há vários anos são os que precisam de mais ajuda. É o caso da República Democrática do Congo, do Iraque, da Nigéria, do Sudão do Sul, da Síria e do Iémen. E a organização lamenta que «as partes envolvidas nos conflitos» estejam «a mostrar um desrespeito flagrante pela vida das crianças». Quase uma em cada quatro crianças vive num país em guerra ou afetado por desastres.
Além dos ataques diretos, acontecem cada vez mais ataques a escolas, hospitais, etc. Cerca de 84% do valor que a Unicef pede destina-se ao trabalho «em países com crises humanitárias provocadas pela violência e conflito».

A falta de água potável é um problema grave que afeta muitos milhões de pessoas e crianças. Manuel Fontaine conta que «117 milhões de pessoas que vivem em emergências não têm acesso a água potável e em muitos países afetados por conflitos, mais crianças morrem de doenças causadas por água insalubre e saneamento deficiente do que pela violência direta em si». Sem água potável, os próprios hospitais e centros de saúde ficam incapacitados de tratar adequadamente as doenças. O Diretor de Programas de Emergência explica que «a ameaça é ainda maior à medida que milhões de crianças enfrentam níveis de subnutrição potencialmente fatais, tornando-as mais suscetíveis a doenças transmitidas pela água como a cólera, criando um ciclo vicioso de má nutrição e doença».
Ao lançar este apelo de financiamento para 2018, a Unicef presta contas do apoio prestado nos primeiros dez meses do ano passado: «29,9 milhões de pessoas receberam acesso a água potável; 13,6 milhões de crianças foram vacinadas contra o sarampo; 5,5 milhões de crianças tiveram acesso a alguma forma de educação; 2,5 milhões de crianças com subnutrição aguda grave receberam tratamento; 2,8 milhões de crianças tiveram acesso a apoio psicossocial».
Este ano o objetivo é «fornecer a 35,7 milhões de pessoas o acesso a água potável; proporcionar a 8,9 milhões de crianças educação básica formal ou não formal; imunizar 10 milhões de crianças contra o sarampo; fornecer apoio psicossocial a mais de 3,9 milhões de crianças; tratar 4,2 milhões de crianças com subnutrição aguda grave».
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