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Viver na castidade para encontrar a felicidade
14.02.2019
Hoje é Dia dos Namorados, e por isso fomos à descoberta de quem se entregou ao namoro com uma perspetiva diferente do que é habitual encontrarmos. Trazemos-vos dois casos de casais que optaram por viver o namoro em castidade, «a forma que nos pode conduzir à felicidade», garante Catarina Afra Rosa, que está noiva de António Coimbra, com casamento marcado para dia 22 de junho deste ano.


Namoram desde novembro de 2015, e sempre souberam como queriam viver o namoro. «Esta decisão já tinha sido tomada por nós antes do namoro, ambos pensávamos assim porque era algo que queríamos assumir para o resto da nossa vida», afirma Catarina, e António explica que, «assim, não haverá arrependimentos». «Teremos um amor sem arrependimentos», diz.
Esta foi uma opção que, ao contrário do que muitos argumentam, não os deixou presos a uma opção, mas antes «livres» na sua escolha. «A castidade não é um conjunto de regras, não somos um casal amargurado, somos bastante livres. O que fazemos, fazemos porque gostamos muito um do outro. Não estamos limitados porque já nos demos um ao outro e agora não conseguimos sair. Pelo contrário, fazemos a escolha que queremos porque queremos», sustenta Catarina.

O casal de consultores agrónomos, que se conheceu numa aula de mestrado no Instituto Superior de Agronomia, diz que fazem o que Deus lhes pede. «Com a nossa experiência de vida, percebemos que o que Deus nos pede nunca nos prejudicou, nunca nos levou a sentirmo-nos mal ou a sermos infelizes ou maus para os outros, e foi quando começámos a crescer e a perceber o tema do namoro que percebemos que fazia sentido. Muita gente acha que a castidade tem apenas que ver com a sexualidade e não tem, castidade é uma virtude», diz a noiva. No fundo, conta a jovem de 24 anos, «a castidade passa muito pela proposta que Deus tem para nós de viver um amor verdadeiro e viver em verdade com a outra pessoa».

António Coimbra e Catarina Afra Rosa
Uma das grandes vantagens que apontam para o seu namoro tem a ver com o diálogo sobre todos os assuntos, que saiu muito mais reforçado com esta opção. Não falam apenas sobre as dificudlades em manter a castidade, mas conhecem-se melhor. A opção por não terem relações sexuais até ao casamento também foi seguida por Vasco e Mafalda Almeida Ribeiro. Casaram há ano e meio e entretanto já nasceu o Vasco, o primeiro filho. Garantem que a espera valeu a pena. «Foram quase quatro anos que valeram a pena para uma vida inteira. Valeu mesmo a pena, nem sequer há palavras... Todos os momentos difíceis valeram a pena ali», diz, com um sorriso, Mafalda, com o seu filho Vasco ao colo.

A verdade, afirma Vasco, é que o tempo de namoro lhes permitiu preparar melhor a vida de casal, também na parte sexual. «Quando nos preparávamos para o casamento, percebemos que o ato sexual é sacramental, não é apenas um ato entre duas pessoas, é definitivo na vida de duas pessoas», assegura.

O casal é claro quando questionado sobre os benefícios da castidade. «Nós vemos casais a começar e a acabar com tanta rapidez, e corações destroçados por causa dessas relações. Relações que se resumem a dar o corpo sem se darem por inteiro. Quando temos falado sobre isto, vemos as pessoas a acenar que sim.» E o que diriam a quem os interrogasse sobre a melhor forma de viverem o namoro? «Diríamos “abram os vossos olhos, olhem à vossa volta e reconheçam que a maneira como muitas pessoas vivem o namoro conduz à tristeza”.»

Vasco e Mafalda Almeida RibeiroO casal reconhece que o tempo de namoro não passou sem provações. «A atração existe sempre, porque não somos seres assexuados», conta Vasco, explicando que procuravam não se colocar em situações em que pudessem cair em tentação. Porque está consciente dessa realidade, Vasco não deixa de criticar algumas teorias que circulam de que a castidade é uma coisa fácil e simples, como se a atração física não existisse. «A castidade é um desafio. Namorámos três anos e dez meses e foi muito difícil. Custa-me muito às vezes quando, nos meios católicos, se tenta aniquilar a questão da atração física que os namorados têm, e é bom que tenham. Nunca iria namorar com alguém por quem não tivesse atração física, e muito menos casar. Nem a tal ideia tresloucada que a atração física só aparece no dia do casamento, e portanto está tudo bem. Não é assim, desde o primeiro dia que tenho atração física pela Mafalda, e graças a Deus», afirma.

É um desafio com frutos que ficam para o casamento, garantem estes dois casais. E que não é apenas para quem é virgem. Catarina Afra Rosa deixa isso bem claro, em jeito de desafio. «Queríamos dizer que castidade não é igual a virgindade. A pessoa pode sempre recomeçar. Qualquer que seja a fase em que estejam e o que já tenham feito no passado, é possível viverem em castidade», diz esta jovem noiva. Mafalda Almeida Ribeiro concorda, e acrescenta que, «a raparigas mais novas, faço-as pensar se em relações anteriores se sentiam presas à relação por causa da questão do sexo. Vale sempre a pena recomeçar, e a partir daí podes fazer um caminho novo que te faça sentir melhor e mais em paz. Vejo raparigas que já têm um passado, mas que querem uma vida diferente do que já tiveram», revela.

António e Catarina concordam que «de forma natural faz-nos todo o sentido que haja esta castidade, mesmo sem a componente espiritual», mas António vai adiantando que, para quem é católico, o caminho acaba por ter mais ajudas. «Deus ajuda-nos com as suas graças a continuar este caminho que nem sempre é fácil. A fé depois ajuda na vivência da decisão, dá contexto mais espiritual e aponta um sentido», conclui o jovem.
 
Pode ler o artigo completo na edição de fevereiro da sua Família Cristã.
 
Texto e fotos: Ricardo Perna
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